Último Mês: Veja por apenas 4,00/mês
Imagem Blog

Por Trás dos Números

Por Renato Meirelles Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
Renato Meirelles é pai da Helena, acredita que a Terra é redonda, está à frente do Instituto Locomotiva e, neste espaço, interpreta os números muito além da planilha Excel
Continua após publicidade

Rio Grande do Sul: a desigualdade climática no Brasil

Desastre traz à tona conceito de justiça climática, que revela efeitos devastadores entre grupos mais vulneráveis

Por Renato Meirelles Atualizado em 9 Maio 2024, 15h00 - Publicado em 7 Maio 2024, 17h35

As mudanças climáticas não ocorrem em um vácuo social. Quando eventos extremos como chuvas torrenciais e inundações que estamos vendo no Rio Grande do Sul acontecem, suas consequências deixam evidente a desigualdade que permeia nossas cidades, em especial as vilas, favelas e periferias.

A geografia da desigualdade no Brasil fica visível quando olhamos para os desastres naturais. Tome como exemplo as fortes chuvas que devastaram cidades catarinenses em 2008. Deslizamentos e enchentes deixaram mais de cem mortos, e dezenas de milhares de pessoas perderam suas casas. Aqueles que moravam em áreas mais vulneráveis, muitas vezes encostas ou várzeas, foram os mais afetados. Em Joinville, a cidade mais populosa de Santa Catarina, a concentração de famílias de baixa renda em áreas de risco deixou claro como as condições socioeconômicas determinam quem sofre mais nesses eventos.

Não foi diferente no Recife, na periferia e no litoral norte de São Paulo, ou mais recentemente no Rio de Janeiro, onde chuvas intensas também resultaram em mortes e desabrigados nos últimos anos. As pessoas em áreas de encosta, em moradias informais, têm poucas alternativas seguras e carecem de acesso a recursos que lhes permitiriam evacuar com segurança. Coincidência? Obviamente que não. Exatamente por isso, nos últimos anos, tem crescido o conceito de “justiça climática”.

Justiça climática é um conceito que reconhece que as mudanças climáticas não afetam todas as pessoas de forma igual, destacando que os grupos mais vulneráveis — muitas vezes os que menos contribuíram para o problema — sofrem desproporcionalmente os impactos ambientais, sociais e econômicos das alterações no clima. A ideia de justiça climática busca conectar os direitos humanos e a equidade social às questões ambientais, enfatizando que as políticas climáticas devem levar em conta as disparidades regionais, econômicas e sociais.

Iniciativas de justiça climática, lideradas por governos locais e organizações civis, vêm crescendo. As tragédias cada vez mais frequentes descredibilizam os “negacionistas do clima”, aumentando a pressão sobre governos e instituições.

A questão central é que, para que os efeitos devastadores das mudanças climáticas sejam mitigados, é preciso enfrentar de frente as desigualdades que definem quem sofre mais nessas tragédias. Isso inclui garantir o acesso a moradias dignas, proteger os territórios vulneráveis e ampliar os recursos para que os grupos mais impactados possam se preparar e se recuperar de forma justa. Afinal, não se pode falar de justiça climática sem falar de justiça social.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Veja e Vote.

A síntese sempre atualizada de tudo que acontece nas Eleições 2024.

OFERTA
VEJA E VOTE

Digital Veja e Vote
Digital Veja e Vote

Acesso ilimitado aos sites, apps, edições digitais e acervos de todas as marcas Abril

1 Mês por 4,00

Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (equivalente a 12,50 por revista)

a partir de 49,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$118,80, equivalente a 9,90/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.