Quiet Luxury: como o Range Rover Velar conquista com seus mimos discretos

Em meados de 2023, uma tendência tomou conta do mercado de moda. Tratava-se do luxo discreto, ou “quiet luxury“, que consistia na escolha de peças de roupa de grande qualidade, elaboradas pelas principais grifes do mundo, mas sem o exagero de logotipos enormes. Era algo voltado para os conhecedores, evitando a ostentação gratuita. 

De certa forma, essa tendência se aplica no Range Rover Velar. É claro que seu porte e o logo da Land Rover chamam a atenção no trânsito. Mas só quem já dirigiu um desses carros sabe o nível de conforto que eles são capazes de proporcionar. Durante uma semana, dirigimos os Velar nas mais diversas situações para entender o apelo da marca – e porque tantos estão dispostos a gastar mais do que em carros da concorrência para ter um desses gigantes em suas garagens. 

O grupo JLR, responsável por Land Rover e Jaguar, divide seus produtos em quatro linhas principais. Há a Jaguar, que por enquanto só tem o F-Pace à venda no país. Há a família Defender, a Discovery e, por fim, a Range Rover. Nesta, o Velar ocupa a posição acima do Evoque, modelo de entrada. Acima dele há o Range Rover Sport e, no topo da gama, o Range Rover. À medida que a hierarquia sobe, os modelos oferecem pacotes mais robustos de tecnologias. O Velar oferece o melhor “custo-benefício”, se é que dá para falar assim de um veículo que custa cerca de R$ 640 mil. Mas conquista nas pequenas coisas.

Antes de entrar na cabine, com a chave no bolso, o Velar destranca automaticamente e as maçanetas retráteis ficam à mostra. O banco do motorista tem mais de 20 ajustes, todos feitos de forma elétrica, garantindo uma posição confortável para guiar – e memória para até três condutores diferentes, que só precisam apertar um botão na porta para que os ajustes sejam retomados. 

A cabine é minimalista, com um acabamento impecável, superfícies macias ao toque e uma variedade de materiais. Com poucos botões, quase todos localizados no voltante, todos os comandos são feitos por meio da tela de 11,4 polegadas com touch bastante eficaz. O ar-condicionado, além de resfriar a cabine nos dias mais quentes, filtra as impurezas do ar. Há quatro zonas diferentes de temperatura para que cada ocupante escolha a configuração ideal. Os bancos do motorista e do passageiro têm massagem, programável para começar, por exemplo, 10 minutos depois que o carro é ligado. Há diferentes modos de massagem e cinco intensidades diferentes. O sistema de som Meridian conta com 22 falantes espalhados pela cabine, garantindo um som espetacular para quem gosta de ouvir música no carro. Para quem prefere o silêncio, o isolamento acústico do habitáculo é impressionante. Dá para esquecer que há um motor à combustão trabalhando sob o capô. 

Outros carros de luxo têm várias dessas comodidades. Mas é o conjunto completo, feito com esmero e atenção aos detalhes, que torna o Velar tão atrativo.

Mas ele não é apenas um spa sobre rodas. O modelo é um híbrido plug-in (cuja bateria pode ser recarregada em carregadores rápidos) é equipado com um motor turbo 2.0 de 300 cv, associado a um motor elétrico de 143 cv. No modo Dynamic, o mais esportivo, ele acelera com rapidez, empurrando as 2,2 toneladas da inércia a 100 km/h em apenas 5,4 segundos. A velocidade máxima limitada eletronicamente é de 209 km/h – um absurdo considerando o porte do carro. No modo dinâmico, o volante e a suspensão ficam mais rígidos. Há modos de condução que privilegiam o conforto e o consumo otimizado. Ele ainda conta com tração integral e modos de direção offroad, como todos os carros da marca. É uma função associada ao DNA da Land Rover e é esperado que seus modelos sejam capazes de sair de situações complicadas.

As aventuras fora da estrada, no entanto, não vão acontecer com grande frequência – ao menos para a maior parte dos condutores. Mas a condução diária é prazerosa. Viajamos com o Velar em dois momentos, e o SUV é extremamente confortável e responsivo em velocidades mais altas. No trânsito e nos deslocamentos cotidianos, no entanto, ele é ainda mais surpreendente, porque isola o motorista do resto do mundo. Buzinas, sirenes e barulhos de motos podem estar acontecendo ao redor, mas dentro da cabine do Velar o ambiente é de paz – com direito a massagem, som de primeira e ar purificado. Dá para entender quem está disposto a gastar uma quantia tão alta para ter esse luxo (nem sempre) discreto.

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