Nascido para o tênis de mesa
Marcos Calderano viu, neste sábado, a primeira vitória de seu filho, o mesatenista Hugo
Ex-atleta, professor de educação física de um dos colégios mais tradicionais do Rio de Janeiro, o Santo Inácio, Marcos Marinho Calderano soube avaliar desde cedo o talento do filho Hugo Calderano, 20 anos, mesatenista de ponta que competiu neste sábado, no Riocentro. É a primeira Olimpíada de Hugo, e ele já estreou com uma vitória. Depois que conquistou o ouro no Pan-Americano de Toronto, em 2015, tornou-se uma grande promessa brasileira, sobretudo para os Jogos de Tóquio, em 2020.
Hugo tinha 2 anos quando o pai notou que tinha uma habilidade motora diferenciada. Sentado sobre a mesa de pingue pongue, já conseguia bater na bola com a raquete. Continuou jogando de brincadeira até os 7 anos. “Ele trocava bola certinho. Aí pus na aula”, conta Marcos. Aos 14, Hugo venceu o campeonato adulto do estado do Rio. Mudou-se para São Paulo e, aos 15, derrotou o Hugo Hoyama. Há dois anos, mudou-se para a Alemanha. “Foi uma decisão super difícil. Tinha planejado que ele se formasse e fizesse faculdade. Mas resolvi, junto com minha mulher, apostar no talento dele”, conta Marcos. Hugo mora em uma cidade de 8.000 habitantes, que nem cinema tem. Em compensação, está na primeira divisão alemã, viaja o mundo, fala quatro línguas e vive do salário — muito bem, obrigado. Marcos, por sua vez, não sabe o que é ganhar do filho no pingue-pongue há oito anos.