Sam Moore, lenda do soul e inspiração de Michael Jackson, morre nos EUA
Com a dupla Sam & Dave, formada nos anos 1960, ele ajudou a definir as bases do que seria a música pop na década de 1980

O cantor americano Sam Moore, tenor da dupla de soul music, Sam & Dave, morreu aos 89 anos nesta sexta-feira, 10, na Flórida, nos Estados Unidos. Ele estava hospitalizado após uma cirurgia, porém a causa exata da morte não foi revelada. O músico ficou conhecido por sucessos como Soul Man, Hold On, I’m Comin’ e I Thank You. No auge da carreira, em 1960, seus sucessos ocupavam frequentemente o topo das paradas musicais. Soul Man, por exemplo, liderou as paradas de R&B e ocupou o segundo lugar de pop, em 1967. A canção também foi premiada com um Grammy.
Michael Jackson, Al Green e Bruce Springsteen foram alguns dos artistas que já declaram terem sido influenciados pelo som da dupla, cujos arranjos de soul music e R&B ajudaram a definir as bases da música pop nos anos 1980 e 1990.
Artistas carismáticos, como Otis Redding, costumavam dizer que não gostavam de dividir o palco com a dupla Sam & Dave porque os dois artistas eram tão expressivos em seus shows que ofuscavam a presença de qualquer outra pessoa. Dave, que era o barítono da dupla, se conheceram em uma boate de Miami nos anos 1960 e acabaram juntos no palco por acaso. Dave estava com dificuldade para se lembrar de uma letra de uma música e Sam foi lá ajudá-lo. A conexão foi instantânea.
Antes de ficar famoso, Sam legou um tiro na perna de um marido ciumento, após ele sair com a mulher do rapaz. Algum tempo depois, ele foi preso por 18 meses por agenciamento de garotas de programa. Ao sair da cadeia, ele se dedicou à música, cantando em uma igreja batista de Miami e num grupo a cappella chamado Majestics, até se juntar a Dave. A fama dos dois artistas, no entanto, acabou ofuscada pelo abuso de drogas durante as turnês. A última vez que a dupla se apresentou junta foi em 1981, em uma festa de Réveillon em São Francisco.
Em 2017, Sam foi um dos poucos artistas que toparam se apresentar na cerimônia de posse de Donald Trump. Oito anos antes, ele já havia proibido o uso da sua música Hold On, I’m Coming na campanha de Barack Obama.