Prisão ou marketing? Filho de Marcinho VP lança álbum após ser detido
O novo disco terá uma canção intitulada 'Lei Anti Oruam', sobre os recentes projetos de lei para impedir shows de artistas que fazem apologia ao crime

Mauro Davi dos Santos Nepomucendo, de 23, o rapper Oruam, filho de Marcinho VP, detido nesta quinta-feira, 20, e solto algumas horas depois, aproveitou toda a atenção recebida para anunciar o lançamento de seu primeiro disco. Preso após furar uma blitz e ter a fiança paga, ele postou em suas redes sociais que seu primeiro trabalho se chamará Liberdade. O timing do anúncio levantou suspeitas de que o artista teria forçado a detenção apenas pelo marketing.
“Eu sou traper de verdade, cara, eu não faço marketing. Eu mandei a p**** da cha na frente da viatura”, escreveu o cantor no Instagram. O músico teria passado em frente a blitz propositalmente e foi tudo gravado, imagens que deverão ser usadas em um clipe do artista.
“Vou responder com música. Eu não aguento mais todo mundo falando de mim. Minha mente está uma confusão”, ele escreveu.
Oruam, que hoje é um dos artistas com as músicas mais ouvidas nos serviços de streaming, tem capitalizado em benefício próprio a publicidade “negativa” que recebe. Exemplo disso é uma das músicas do novo disco, que se chamará Lei Anti Oruam.
De autoria da vereadora de São Paulo, Amanda Vettorazzo (União), o projeto de lei busca proibir a contratação de shows, artistas e eventos voltados ao público infantojuvenil que promova apologia ao crime organizado ou ao uso de drogas. Projetos semelhantes também foram protocolados em outras 12 capitais, Belo Horizonte (MG), Campo Grande (MS), Cuiabá (MT), Curitiba (PR), Fortaleza (CE), João Pessoa (PB), Natal (RN), Porto Alegre (RS), Porto Velho (RO), Rio de Janeiro (RJ) e Vitória (ES).
No nível federal, o deputado federal Kim Kataguiri (União), também protocolou na Câmera dos Deputados um projeto assinado por 46 deputados de 25 estados, cujo o objetivo também é proibir o uso de dinheiro público para shows que fazem apologia ao crime organizado.
Os projetos, que ficaram conhecidos como lei “anti-Oruam” foram motivadas pelos shows e letras do artista. O músico é hoje um dos artistas mais ouvidos nas redes de streaming, com cerca de 10 milhões de ouvintes mensais, só no Spotify, e cerca de 9 milhões de seguidores no Instagram. Sua música Oh Garota Eu Quero Você Só Pra Mim. “Meu pai errou, mas está pagando pelos seus erros e com sobra. Só queria que pudesse cumprir uma pena digna e saísse de cabeça erguida”, disse Oruam, após o show do Lollapalooza em 2024.
O músico também se viu envolvido em algumas polêmicas. A mais recente foi a de um policial que pediu para tirar uma foto com ele. O caso motivou uma abertura de processo investigativo na corregedoria do Rio de Janeiro. A paternidade de Oruam não é segredo, pelo contrário. O músico faz questão de contar sobre seu pai em vídeos publicados no Instagram. Nos vídeos, ele fala sobre música e também sobre as visitas à cadeia para visitar o pai. A fama do trapper abriu portas entre outros ídolos brasileiros. Oruam esteve recentemente no polêmico navio de Neymar e postou uma foto ao lado dele. Na legenda, ele escreveu: “Zerei a vida novinho. É o Neymar. Fala o que for, igual ao Neymar eu nunca vi.” Em outra polêmica, o músico foi impedido de subir ao palco para um show em Algarve, em Portugal.
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