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O Som e a Fúria

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O roqueiro frustrado que virou um dos maiores produtores do pop

Ao misturar pop com rock de modo sedutor, o americano Daniel Nigro é um dos nomes mais requisitados do momento

Por Felipe Branco Cruz Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 20 jan 2025, 11h35 - Publicado em 12 jan 2025, 08h00

No início dos anos 2000, em seus 20 e poucos anos, o nova-iorquino Daniel Nigro tinha o sonho de ser ídolo do rock. Ele tentou a sorte com uma banda emo, gênero que funde guitarras a letras emotivas. Mas o grupo As Tall As Lions nunca saiu da obscuridade. Em meados dos anos 2010, cheio de boletos para pagar, Nigro mudou-se para Los Angeles, onde pelejou por dez anos como músico de estúdio e compositor de jingles publicitários. A maré começou a virar há cerca de cinco anos. Foi quando, já convertido em produtor, ele conheceu as cantoras Olivia Rodrigo, de 21 anos, e Chappell Roan, de 26. Graças ao toque de Midas do roqueiro frustrado, elas se impuseram como duas das artistas pop mais bem-sucedidas da atualidade.

Sour – Olivia Rodrigo [Disco de vinil]
The Rise And Fall Of A Midwest Princess – Chappell Roan [Disco de vinil]

Aos 42 anos, Nigro já recebeu dezesseis indicações ao Grammy e levou uma delas com o álbum Sour, de Olivia Rodrigo. Para chegar lá, seu faro foi fundamental. Em 2021, ele enxergou na então desconhecida Roan um potencial pouco explorado. A artista, que chamava atenção por se vestir como drag queen e misturar letras tristes com canções dançantes, havia sido dispensada por sua gravadora. Nigro, então, usou as últimas reservas de dinheiro para criar seu próprio selo, Amusement Records, lançando em 2023 o álbum The Rise and Fall of a Midwest Princess — que nos últimos meses chegou a desbancar Taylor Swift nas paradas. Indicado a seis estatuetas no próximo Grammy, que ocorre em 2 de fevereiro, ele poderá celebrar a maior vitória da carreira se ganhar como produtor do ano.

Guts – Olivia Rodrigo [Disco de vinil]

Para vencer no mercado altamente competitivo do pop, o pulo do gato de Nigro foi ir para o lado oposto das gravadoras. Em busca do lucro rápido, elas passaram a investir somente em artistas com potencial para viralizar no TikTok, com canções pasteurizadas e efêmeras. Com a experiência de sua antiga banda, ele inseriu solos de guitarra e incentivou suas artistas a falarem cada vez mais sobre coisas sérias, como saúde mental e problemas amorosos — mas sem se esquecerem de refrões divertidos. Com isso, ajudou a trazer de volta à moda o pop rock, vertente que fez muito sucesso no início dos anos 2000 — justamente a época em que tentou fazer sucesso, em vão, com sua banda emo. Algo que fica evidente nas músicas All-American Bitch e Ballad of a Homeschooled Girl, de Olivia, ambas gravadas ao vivo no estúdio com uma banda. Se vencer o Grammy, Nigro passará a integrar — ao lado de Jack Antonoff e Finneas, artífices dos discos de Taylor Swift e Billie Eilish — a elite de produtores que está moldando o pop feminino do início do século XXI. Um novo mago pede passagem nas paradas.

Publicado em VEJA de 10 de janeiro de 2025, edição nº 2926

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