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O Som e a Fúria

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Esperanza Spalding faz apelo contra o marco temporal no festival The Town

A cantora conversou com a reportagem de VEJA e falou também sobre a Amazônia e a força da música para conscientizar as pessoas

Por Felipe Branco Cruz Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 13 Maio 2024, 21h25 - Publicado em 3 set 2023, 09h09

A contrabaixista Esperanza Spalding, de 38 anos, um dos nomes mais respeitados no jazz na atualidade, se apresentou na noite deste sábado, 2, no festival The Town, em São Paulo, e volta a se apresentar neste domingo, 3, no palco SP Square. A artista recebeu a reportagem de VEJA em seu camarim para um bate-papo sobre jazz e sobre suas preocupações com a Amazônia e sobre o estabelecimento ou não de um marco temporal no país para balizar os processos de delimitações de terras indígenas. Muito ligada ao Brasil (ela já tocou por aqui inúmeras vezes) e fã dos artistas brasileiros, como Milton Nascimento, com quem já tocou também várias vezes, a instrumentista mostrou-se bastante preocupada com as causas ambientais do país.

Em um de seus últimos trabalhos, Songwrights Apothecary Lab, de 2021, ela aborda a música como uma forma de cura. E foi a partir desse entendimento que Esperanza comentou sobre a força da música também para curar a natureza e proteger os povos originários do país. Confira a seguir os principais trechos: 

The Town reuniu neste primeiro dia muitos jovens que talvez nunca escutaram jazz. Como você vê esse público? Vejo o festival como uma dieta balanceada onde vc vai obter nutrientes de cada coisa que você consome. O mundo enfrenta um momento em que é preciso muita corange para tocar nossas vidas e eu acho que o jazz é uma música de luta. Quando as pessoas ouvem jazz, algo nelas é revigorado e energizado de uma maneira diferente. É sobre despertar isso e mostrar todas as coisas legais que conseguimos fazer. 

Você já tocou com muitos músicos brasileiros e conhece muito bem nosso país. Como a nossa música te influenciou? Não sei medir, mas sinto que a música brasileira é como a floresta amazônica. A Amazônia é o pulmão e os rins do planeta. Portanto, não importa onde você esteja, somos afetados pelo que acontece na Amazônia. Sinto que a música que cresce a partir daqui esteja carregada do mesmo tipo de influência. Somos todos extensões da Terra.

Seu último álbum fala sobre a capacidade da música de curar. A música tem mesmo essa força? A música pode nos ajudar a enfrentar o que precisamos para nos curarmos juntos. Não acho que a música por si só tem algum tipo de força. Mas eu sinto que o que está acontecendo agora no Brasil, com o Marco Temporal, deve ser tão assustador para qualquer brasileiro, jovem ou velho, quaisquer que sejam suas crenças. A música por si só não vai convencer o Supremo Tribunal de rejeitar o Marco Temporal, mas ouvir a música certa pode lhe dar coragem e energia para sair e aparecer. Acho que dar a minha voz e ser solidário vai nos ajudar. Acho que essa é uma boa maneira pela qual a música pode ajudar a curar. 

A decisão sobre o Marco Temporal é algo que você tem acompanhado de perto e te causa muita preocupação? Isso me afeta. Afeta todo mundo na terra. Se trata da soberania indígena e isso já é o suficiente para se importar, claro. Mas quando você pensa no que é a floresta tropical, num contexto global, como eu disse antes, é um pensamento aterrorizante, porque estabelece o precedente de que, para obter lucro, as empresas podem entrar e destruir ainda mais a floresta tropical. Sabemos que se 3% a mais da floresta for destruído é um ponto sem volta. Então, sim, estou realmente acompanhando isso. E estou muito preocupada e só quero ser uma boa aliada de todas as comunidades indígenas. Sinto-me muito, profundamente, preocupada e comprometida. 

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