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O Som e a Fúria

Por Felipe Branco Cruz Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
Pop, rock, jazz, black music ou MPB: tudo o que for notícia no mundo da música está na mira deste blog, para o bem ou para o mal

Como Curitiba se tornou uma cidade tão atrativa para shows internacionais

Capital paranaense é um caso de sucesso que reúne esforço público e privado

Por Bárbara Bigas Atualizado em 21 abr 2025, 11h45 - Publicado em 21 abr 2025, 08h00

No dia 5 de novembro deste ano, a banda de rock americana Linkin Park apresenta no Brasil o primeiro de três shows que fará no país com a turnê From Zero Tour. A cidade escolhida para a apresentação atesta uma peculiar e recente mudança no eixo Rio-São Paulo que era regra do mercado de shows internacionais: o grupo vai se apresentar em Curitiba, no Paraná, antes de ir para a capital paulista, no dia 8, e para Brasília, em 11 de novembro. Rio de Janeiro e Porto Alegre, destinos tradicionais para receber shows gringos, até o momento, ficaram de fora da agenda. Em março deste ano, algo parecido aconteceu. A artista pop Olivia Rodrigo escolheu Curitiba para receber o seu primeiro e único show solo no Brasil — o outro foi no festival Lollapalooza, em São Paulo. Foo Fighters, Red Hot Chilli Peppers, David Gilmour e Alanis Morissette são alguns dos artistas que marcaram presença na capital nos últimos anos e refletiram a transformação que fez da região um chamariz dos grandes eventos musicais.

A virada não é sem razão. A cidade de Curitiba tem se transformado para acolher shows internacionais. O segredo do sucesso foi a redução do ISS (Imposto sobre Serviços) de 5% para 2% para eventos culturais de várias naturezas, segundo projeto de lei de 2017. Assim, se tornou mais barato para as produtoras levarem seus shows à cidade. “O empreendedor que traz os shows paga menos o imposto municipal. Então ele economiza. Com isso, a cidade ganha”, diz o prefeito da cidade Eduardo Pimentel (PSD). Na semana da ida de Olivia Rodrigo para Curitiba, que era também a semana de aniversário de Curitiba, a rede hoteleira curitibana registrou quase 100% de ocupação, segundo relatório da Sindiprom, junto da Abrabar e Feturismo, se tornando um exemplo do crescimento econômico da cidade. 

Segundo a pesquisa Cultura nas Capitais, realizada pela consultoria JLeiva, a frequência de shows musicais em Curitiba passou de 38% para 40% entre os anos de 2017 e 2024. O curitibano, que é o consumidor final desses esforços, também está se interessando mais por shows: no último ano, 40% da população curitibana frequentou shows internacionais. 

“A praça de Curitiba ganha relevância devido à sua situação estrutural e econômica. Temos uma população apta a consumir esses artistas e uma logística na cidade que é bem estruturada, facilitando transporte e acesso”, dizem Renato Kobbi, Diretor de Negócios e Henrique Aguiar, Gerente de Negócios do Estádio Couto Pereira.

Em Curitiba, opções diversas de locais para shows se destacam. O Couto Pereira chama atenção pela sua enorme capacidade de público, de cerca de 37.000 pessoas, e pela facilidade de transporte, tendo uma localização próxima ao corredor de ônibus da Avenida João Gualberto. Mas espaços próprios para a música, como a Pedreira Paulo Leminski, também são vistos como vantajosos para a realização desses eventos, dado a sua estrutura acústica e cênica. Além desses aspectos, a Pedreira tem uma história que dialoga diretamente com o crescimento da visibilidade de Curitiba. 

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Parque das Pedreiras

A Pedreira Paulo Leminski foi um importante agente na redução do ISS. O local surgiu de uma grande reforma em uma pedreira abandonada ainda na década de 1980, durante a gestão de Jaime Lerner, que hoje é homenageado no nome do Parque das Pedreiras. O local foi fechado devido a uma ação pública na segunda metade da década de 1990 e reaberta apenas em 2012, com a intenção de tornar o local em uma potência para shows de pequeno, médio e grande porte.

Belezas naturais cercam a Pedreira Paulo Leminski. Na foto, estrutura para o Warung Day Festival, festival de música eletrônica
Belezas naturais cercam a Pedreira Paulo Leminski. Na foto, estrutura para o Warung Day Festival, festival de música eletrônica (Warung/Divulgação)

“Diante desse movimento que se iniciou em 2012, nós começamos a ver quais seriam as ações importantes para sensibilizar ainda mais o mercado. Fomos até o prefeito na época, Rafael Greca, e expusemos a importância dessa questão. Levamos informações sobre como abrir mão desses 3% do ISS que foi reduzido, sobre o impacto enorme que teria na economia”, afirma Hélio Pimentel, CEO do Parque das Pedreiras Jaime Lerner.

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Hoje em dia, sob a gestão de Eduardo Pimentel, as relações com a Pedreira e outros locais para shows continuam bem estabelecidas. Como resultado, grandes espetáculos seguem saindo do papel. Em 2025, Curitiba receberá nomes como Zezé Di Camargo e Luciano, System of a Down, Sepultura, Gilberto Gil, Avenged Sevenfold e Linkin Park, trazendo benefícios para todo o município: “Tenho a visão de que esses eventos trazem recursos e faz famílias curitibanas terem lazer, gastarem dinheiro nos restaurantes, nos hotéis, no turismo, nos aplicativos de transporte, no táxi. Eles abrem portas para novos investimentos na cidade, porque levam o nome de Curitiba e levam a boa fama da cidade”, afirma o prefeito. 

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