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O Som e a Fúria

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Após euforia, Paul McCartney esclarece uso de IA para reunir os Beatles

Fãs questionaram o uso de inteligência artificial para trabalhar a voz de John Lennon em música, conforme McCartney havia anunciado

Por Gabriela Caputo Atualizado em 15 Maio 2024, 23h38 - Publicado em 23 jun 2023, 15h33

Paul McCartney fez uma postagem no Twitter para esclarecer o uso de inteligência artificial (IA) para reunir os Beatles, depois que fãs questionaram a prática nas redes sociais. “Vimos um pouco de confusão e especulações sobre isso. Parece haver muito trabalho de adivinhação por aí. Não posso dizer muito nesta fase, mas para ser claro, nada foi criado artificialmente ou sinteticamente”, explicou McCartney. “É tudo real e todos nós tocamos na faixa. Limpamos algumas gravações pré-existentes — um processo que durou anos”. A faixa deve ser lançada ainda neste ano. “Esperamos que você ame tanto quanto nós”, finalizou o cantor.

Na semana passada, McCartney havia anunciado em uma entrevista à BBC que, com o auxílio da tecnologia, pôde extrair o timbre de John Lennon de uma gravação antiga oferecida por Yoko Ono, assim finalizando uma composição deixada pela metade — e criando a canção derradeira do lendário grupo. Nos últimos meses, o uso da IA esteve no centro de muitos debates éticos, inclusive no campo da cultura. O Prêmio Grammy, por exemplo, acaba de instituir protocolos mais rígidos em relação ao uso de tal artifício nas músicas concorrentes. Nessa onda, a declaração inicial de McCartney, além de gerar euforia entre os fãs, também despertou questionamentos.

McCartney não chegou a divulgar o nome da música, mas especula-se que seja Now and Then, composta por Lennon em 1978 — dois anos antes de seu assassinato — e gravada pelo artista em uma fita intitulada For Paul (Para Paul, em tradução livre). Em 2012, McCartney já havia demonstrado interesse em completar a faixa, afirmando à BBC Four que ainda se juntaria com o produtor Jeff Lynne e a completaria “um dia desses.” O avanço tecnológico que possibilita o sonho de Paul ocorre dois anos após o documentário The Beatles: Get Back, no qual a IA foi utilizada para reconhecer as vozes dos participantes da banda e separá-las dos sons ao redor, restaurando áudios danificados. Em sua última turnê, o cantor utilizou o recurso para resgatar os vocais isolados de Lennon na música I’ve Got a Feeling, permitindo que ele cantasse um “dueto” com seu velho amigo.

 

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