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O Som e a Fúria

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Aguardado filme de David Bowie vai passar voando pelos cinemas brasileiros

'Moonage Daydream' é uma bela experiência cinematográfica sobre o roqueiro — e os fãs devem correr para assisti-lo antes que saia de cartaz

Por Felipe Branco Cruz Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 15 set 2022, 17h52 - Publicado em 15 set 2022, 17h23

Moonage Daydream, documentário sobre David Bowie, acaba de estrear no Brasil e vai passar por aqui como um meteoro: ele fica em cartaz até a próxima quinta, dia 21 de setembro, apenas em salas de cinema Imax. Aos fãs do camaleão do rock — e aos fãs de um cinema bem feito e viajado — o programa é obrigatório. Dirigido por Brett Morgen (de Cobain: Montage of Heck), o filme foge do óbvio e em suas 2 horas e 20 minutos de duração faz o espectador viajar para dentro da inquieta cabeça do roqueiro inglês.

Sem uma linha narrativa óbvia, o filme será desfrutado em sua plenitude somente por quem já conhece Bowie de outros carnavais. Como não se trata de um documentário tradicional, os fatos da vida do artista surgem na tela quase como explosões sonoras em um caleidoscópio visual, com um caminhão de referências aceleradas. Dessa forma, o diretor transmite para a tela a efervescência criativa de Bowie. Segundo Morgen, a intenção não era revelar o verdadeiro Bowie, e nem mesmo explorar a sua vida pessoal, mas oferecer ao público um tempo extra com ele.

Eis aí o ponto alto do filme. Por se tratar de um projeto autorizado pelo espólio do artista (o primeiro deles), há uma infinidade de imagens e vídeos de arquivo – muitos inéditos e do início da carreira dele. O documentário é todo narrado pelo próprio Bowie e recheado de entrevistas cativantes. Em uma delas, um entrevistador bem mais velho fica intrigado com a bissexualidade do artista e pergunta se o sapato de Bowie também é bissexual. Sem perder a compostura e com um sorriso no rosto, o cantor responde: “É só um sapato, seu bobinho”.

Em um trabalho de edição sonora primoroso, as canções clássicas de Bowie são apresentadas na tela em meio a explosões hiper-coloridas, transformando os espectadores em seres sinestésicos: afinal, não basta ouvir o som, é preciso também enxergar as cores que ele produz e as reações físicas que causa.

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Contar a vida de Bowie, que teve uma carreira prolífica e diversificada, tanto na música, como no cinema, teatro e artes plásticas, transforma o documentário em uma espécie de odisseia cinematográfica. Vem daí, portanto, a necessidade do público já chegar na sala de cinema com alguma bagagem histórica sobre músico para conseguir absorver o máximo de informações apresentadas. Do contrário, é capaz de sair mais confuso do que entrou – mas nem por isso menos maravilhado.

 

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