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O Som e a Fúria

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“A música pop virou meme”, diz vocalista do Biquíni Cavadão

O cantor Bruno Gouveia conversou com VEJA sobre os 40 anos da banda e show comemorativo no Circo Voador, no Rio de Janeiro

Por Felipe Branco Cruz Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 13 mar 2025, 11h38

O cantor de 57 anos fala sobre a nostalgia sem fim pelo rock dos anos 1980 e aponta as razões da sobrevivência de sua banda, o Biquíni Cavadão, que agora prefere ser chamada apenas de Biquíni, comemora quarenta anos com show no Rio de Janeiro, no Circo Voador, no sábado, 15. O grupo também acaba de lançar seu novo single, A Vida Começa Agora. O vocalista Bruno Gouveia conversou com VEJA sobre o estado atual do rock nacional, sobre a longevidade da banda e sobre a versão proibidona do funk de Mr. Catra.

Como será retornar ao Circo Voador, espaço de shows carioca onde o Biquíni estreou profissionalmente há quarenta anos, neste sábado, 15? Como nasce uma banda? Pode ser o primeiro disco. Pode ser o primeiro ensaio. No nosso caso, foi o primeiro show profissional, em 16 de maio de 1985, num festival chamado Medidas de Impacto, porque o Tancredo Neves disse que adotaria tais medidas quando assumisse a presidência, na época. Era para ter sido o marco zero do Brasil, mas foi o marco zero da nossa banda.

A nova turnê se chamará A Vida Começa aos 40. Que balanço faz da carreira? Vivemos nossa melhor fase, com 116 shows por ano. Quando surgimos, a banda mais longeva – e continua sendo – eram os Rolling Stones, que celebravam vinte anos e eu já achava incrível. Éramos garotos de 18. Pensávamos: “Ok, talvez isso não dure.” Nossos primeiros sucessos vieram no quarto álbum, com Zé Ninguém e Vento Ventania. Que bom que os Stones estão celebrando 60 anos e nós continuamos firmes.

Ao lado dos Titãs e dos Paralamas, o Biquíni fez sucesso nos anos 1980. O que explica o recall duradouro do rock daquela década? Como todos os grupos da época, enfrentamos crises no mercado fonográfico. A música dos 1980 persiste porque viramos parte da trilha sonora da vida das pessoas. Não há aposentadoria para esse tipo de coisa. Quem dá longevidade é o público. Mas não lutamos contra a maré. Por exemplo: na era do streaming, priorizamos lançar singles em vez de álbuns, como a nova faixa A Vida Começa Agora.

Hoje, o rock não ocupa nem os dez primeiros lugares dos ritmos mais ouvidos do Brasil. O que aconteceu? O pop-rock perdeu espaço para o funk, o sertanejo, o piseiro. É natural, como todo modismo. É cíclico. A música pop hoje tornou-se apenas um meme. É um bordão de uma piada que todo mundo achou engraçado e compartilhou. Ninguém compartilha poesia. É mais fácil compartilhar algo ridículo.

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Com a força das plataformas de streaming, como mensurar o sucesso de uma música hoje? A quantidade de visualizações passou a ser sinônimo de sucesso. Não acredito nisso. Significa somente que coisas toscas chegaram a um número maior de pessoas. Uma canção do Caetano Veloso dificilmente viralizaria com a legenda: “Estou ouvindo sem parar”.

Em 2006, o funkeiro Mr. Catra lançou uma versão “proibidona” de Tédio. Aquilo também foi um meme que viralizou? Eu queria proibir, mas um amigo lembrou que Tédio, quando foi lançada, precisou ser aprovada pela censura. Foi um alívio quando ela finalmente tocou nas rádios. Eu não poderia, portanto, fazer papel de censor. Quem tem de censurar é o público. E o público adorou a versão. O sucesso foi tanto que um site fez um texto sobre o show do Biquíni dizendo que a gente abriu a apresentação com uma versão “light” de um sucesso do Mr. Catra. Ele teve uma boa sacada ao abrir a música com o riff, diferentemente da nossa versão. Ficou tão bom que passamos a adotar também o formato.

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