A morte da cantora americana que era anti-gay – e pagou caro por isso
Anita Bryant chegou a fazer sucesso nos anos 1960 e 1970, mas viu convites para shows desaparecerem nos anos seguintes

A cantora americana Anita Bryant e ex-vice-miss America, cuja carreira musical fez bastante sucesso nos anos 1960 e 1970, morreu de câncer aos 84 anos, em 16 de dezembro, em sua casa, em Edmond, Oklahoma, mas a notícia só foi divulgada nesta quinta-feira, 9. Com o passar dos anos, a artista encampou uma campanha contra os direitos gays nos Estados Unidos, chamando homossexualidade de “abominação”. Devido a sua postura, Bryant perdeu patrocínios e o interesse do público e, finalmente, viu sua carreira acabar. A informação foi confirmada em um obituário pago pela família, publicada no jornal The Oklahoman.
Anita ganhou notoriedade aos 18 anos, quando ganhou o concurso de Miss Oklahoma Beauty e logo depois conquistou o vice-campeonato do concurso Miss America. Com seu rosto conhecido em todo o país, ela seguiu pelas décadas seguintes uma carreira de cantora, se apresentando para tropas americanas e também fazendo turnês evangélicas de Billy Graham.
Em 1977, o Condado de Dade, na Flórida, que inclui Miami, onde ela passou a morar, aprovou uma portaria proibindo a discriminação contra homossexuais. Anita liderou um grupo de opositores contra a portaria. Em seus protestos, ela dizia que a determinação “tolera a imoralidade e discrimina os direitos dos meus filhos de crescer em uma comunidade saudável e decente.” Na sequência, ela fundou a organização Save Our Children, uma organização gay cuja estratégia é usada até hoje para minar leis contra a discriminação, ao vincular a homossexualidade a ameaças as crianças.
O ativismo cobrou um preço alto e Anita perdeu contratos e convites para shows. “Não me arrependo porque fiz a coisa certa”, ela chegou a dizer em uma entrevista em 1990.