A vontade de viajar não passa? Descubra se você tem o “gene wanderlust”
A genética explica o motivo de algumas pessoas serem mais propensas a pôr o pé na estrada e estarem buscando constantemente novos lugares para conhecer
Você é daquelas pessoas que nem bem terminaram uma viagem e já estão planejando as próximas? Que tem sempre uma lista – interminável – de destinos que pretende conhecer e experiências que não pode, jamais, deixar de fazer? Que organiza a sua rotina pensando sempre na próxima oportunidade de dar uma escapada para conhecer algum lugar novo? E ainda topa, claro, se hospedar num hotel-palácio em Paris, mas também ama experimentar gafanhotos na Tailândia, caçar a aurora boreal na Islândia, percorrer quilômetros a bordo de um motorhome ou acampar com pastores de renas na Sibéria. A genética tem explicação para o seu comportamento.
Estudos iniciados na década de 1990 na Universidade da Califórnia, que se espalharam por laboratórios da Universidade de Kaplan, também nos Estados Unidos, e pela Universidade Nacional de Singapura, no Sudeste Asiático, e continuam até os dias de hoje mostram como uma herança genética impacta diretamente no modo de agir. Pesquisadores associam o gene DRD4-7R, uma variante do DRD4, ao fato de algumas pessoas serem mais propensas do que outras a assumirem riscos, a terem a necessidade de buscar novidades, de serem muito curiosas e demonstrarem o impulso constante de explorar novos lugares.
Não por acaso esse componente passou a ser conhecido como o “gene de viagem” ou “gene da sede de viajar”. De acordo com a teoria, as pessoas que têm essa variação genética são menos sensíveis à dopamina (o neurotransmissor conhecido como o “hormônio do prazer”) e, provavelmente por isso, buscam experiências mais intensas para liberarem a substância.
Ou seja, como elas têm dificuldade para gerenciar a dopamina no cérebro, precisam compensar os níveis baixos por meio de experiências que despertem entusiasmo e felicidade. “Temos evidências para sugerir que quem que tem esse alelo (variação do gene) parece estar sempre propenso a desafios”, afirmou o pesquisador Richard Paul Ebstein, professor de psicologia da Universidade nacional de Singapura e um dos maiores nomes ligados a este estudo.
Os cientistas também descobriram que essa variação genética, apelidada ainda de “gene do wanderlust” (como os alemães se referem ao desejo insaciável de viajar), tem relação com os padrões de migração populacional da pré-história. Em outras palavras, a variação do gene DRD4-7R aparece com mais frequência em pessoas com traços exploradores, semelhantes aos dos grupos migratórios do passado. Esse impulso de explorar novos lugares seria, em última instância, uma herança de nossos ancestrais nômades.
A bióloga Dawn Maslar, da Universidade de Kaplan, é outra a defender a correlação entre essa variação genética, o número de carimbos no passaporte e o passado da humanidade. “Vemos uma proporção maior do gene DRD4-7R em norte e sul-americanos, pelo menos em descendentes de europeus que vieram para a região e por aqui ficaram, o que faz todo sentido se pensarmos em termos de evolução”, analisou. Cientistas como Maslar ainda estimam que apenas cerca de 20% da população carrega essa mutação genética. Isso explicaria também o fato de, enquanto algumas pessoas apresentam um desejo incontrolável de desbravar o mundo, outras se contentam em ficar quietinhas em casa, sem grandes aventuras ou riscos.
Hoje já há no mercado testes genéticos que indicam com mais precisão se o indivíduo tem ou não o “gene da viagem”. É importante também ressaltar, alegam os cientistas, que o DRD4-7R não é o único determinante para um estilo de vida aventureiro. Ele é apenas um dos muitos fatores genéticos, comportamentais e ambientais que influenciam a personalidade de uma pessoa. Fatores como a condição financeira, o senso de direção e algum conhecimento de línguas estrangeiras também impactam nessas escolhas. Mas, se faltava um motivo para justificar as suas constantes viagens, ele está aí!
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