O segredo mais bem guardado da história contemporânea da República foi a demissão do delegado Fernando Segovia, nomeado há 100 dias diretor-geral da Polícia Federal.
A demissão foi decidida no último sábado. Somente três pessoas sabiam dela: o presidente Michel Temer e os ministros Moreira Franco e Raul Jungmann. Guardaram segredo até ontem à tarde.
Uma vez convidado por Temer para trocar o Ministério da Defesa pelo recém-criado Ministério Extraordinário da Segurança Pública, Jungmann sugeriu que Segovia fosse demitido logo de saída.
Temem concordou. Segovia só lhe criara problemas desde que fora nomeado. Perdeu apoio dentro da Polícia Federal. E atritou-se com a Procuradoria Geral da República e com o Supremo Tribunal Federal.
A conversa de Jungmann com Segovia não durou 10 minutos. Antes de ser chamado para seu último despacho como diretor-geral da Polícia Federal, Segovia falava de recentes acordos internacionais que havia firmado.
Entrou sorridente na sala do Ministério da Justiça onde Jungmann o aguardava. Mal teve tempo para sentar. Saiu de lá com cara de espanto.