Namorados: Assine Digital Completo por 1,99
Imagem Blog

Noblat

Por Coluna Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
O primeiro blog brasileiro com notícias e comentários diários sobre o que acontece na política. No ar desde 2004. Por Ricardo Noblat. Este conteúdo é exclusivo para assinantes.

Mito balança: Ludhmila, Queiroga (e o Major) (por Vitor Hugo)

Fortes ventanias

Por Vitor Hugo Soares
20 mar 2021, 13h00

Março é mês das fortes ventanias, de rudes silvos, e dos seres impulsivos, como assinalam versos do jornalista, poeta e professor João Carlos Teixeira Gomes, falecido ano passado, quando se aproximava dos 85. Comemorados (em memória) dia 9, por amigos e admiradores em Salvador, Rio de Janeiro e outras partes do país, a exemplo das terras do rico roteiro de seu livro “Glauber, este Vulcão”, biografia do colega do colégio Central e amigo do peito, cineasta genial, também um ser de março, entregue aos seus sortilégios, igual ao “Pena de Aço da Bahia”. Nesta semana, o mês da poesia abriu espaço para abrigar um dos episódios mais grosseiros e indecorosos, do cada vez mais trôpego e – a julgar pela mais recente pesquisa do Datafolha – irrecuperável governo do “Mito” Jair Bolsonaro: A saída de Pazuello – que tarda a desencarnar do posto na Saúde e na hierarquia do poder – e sua substituição pelo cardiologista Marcelo Queiroga.

Fato cercado de situações constrangedoras, a ponto de culminar com uma das mais vergonhosas exposições públicas, das “tripas” do governo, de que se tem notícia na história recente do País. Um show de insegurança e vacilações, somado a cenas de escárnio para com a sociedade à beira do caos, em face do avanço inexorável da Covid-19 que bate na casa dos 290 mil mortos no País.

Abalos de idas e vindas em meio a jogadas, pressões, armações e notícias falsas, ardis e ameaças, até a torpe tentativa de desqualificar e demolir a carreira da médica Ludhmila Haijar – primeira opção de nome para substituir o ministro da Saúde – revelada à sociedade como profissional de alto nível técnico e científico, com projetos e prioridades definidos para enfrentar o desastre da pandemia.

Primeiro foi o escarcéu entre quatro paredes do Palácio da Alvorada, domingo, 14, na conversa com o presidente, para a qual a cardiologista fora convidada, que virou uma armadilha. Em seguida a recusa da Dra Haijar, – ofendida em cena aberta na guerra suja tocada por bolsonaristas descontentes com a possibilidade da médica assumir o posto de Pazuello. Ela não só recusa como afasta qualquer acordo ou barganha com questões de princípios. Em termos elevados e civilizados, informou que “não havia convergência técnica com o presidente Bolsonaro”. Falou das pressões e ameaças lançadas contra ela e seus familiares e disse mais: “Acho que o cenário é bastante sombrio. O Brasil vai chegar, rapidamente, a 500 mil, 600 mil mortos e não só isso, mas todo o impacto que essa doença terá em longo prazo, sequelas e consequências que não estão sendo pensadas”. Ponto.

O esquema palaciano então bateu o martelo com o nome da segunda opção: o cardiologista Marcelo Queiroga, o quarto titular e mais nova incógnita à frente da Saúde na Era Bolsonaro. E é o que se viu. Na primeira coletiva, desconfortável e inseguro, ao lado de Pazuello – que sinaliza não querer “largar a rapadura” – Queiroga parecia um daqueles tipos do teatro de Mamulengos, nos tiques,, medindo palavras nas referências ao mandatário. Pede aprovação do ex a cada resposta às questões dos jornalistas: “Não é mesmo, Pazuello?” E cai a cortina no opaco final do primeiro ato. E a sombra da pandemia cobre o Brasil, ceifando mais vidas a cada dia. Na quinta, 17, entre muitos, levou o Major Olímpio , politicamente traído, sofrido e amargurado senador por São Paulo. E paro aqui, neste março das ventanias, porque ouço alguém chorar lá fora.

Continua após a publicidade

 

Vitor Hugo Soares é jornalista, editor do site blog Bahia em Pauta.E-mail:vitors.h.@uol.com.br

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

OFERTA RELÂMPAGO

Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*
Apenas R$ 1,99/mês*

Revista em Casa + Digital Completo

Receba 4 revistas de Veja no mês, além de todos os benefícios do plano Digital Completo (cada revista sai a partir de R$ 7,48)
A partir de 29,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$23,88, equivalente a R$ 1,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.