Último Mês: Veja por apenas 4,00/mês
Imagem Blog

Noblat

Por Coluna Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
O primeiro blog brasileiro com notícias e comentários diários sobre o que acontece na política. No ar desde 2004. Por Ricardo Noblat. Este conteúdo é exclusivo para assinantes.
Continua após publicidade

Brasil precisa tomar cuidado com exemplo de Trump

Bolsonaro insinuou que aqui seria ‘pior’. País precisará estar preparado para resposta política e institucional

Por Ricardo Noblat
9 jan 2021, 12h00

Editorial de O GLOBO (9/1/2021)

A sociedade e as instituições republicanas brasileiras precisam se preparar. Numa referência aos eventos desta semana nos Estados Unidos, o presidente Jair Bolsonaro insinuou que aqui ocorrerá o mesmo, caso perca a eleição em 2022: “Se não tivermos o voto impresso em 22, uma maneira de auditar o voto, vamos ter problema pior que os Estados Unidos”.

Veladamente, a declaração deixa claro que ele está disposto a, mais uma vez, imitar seu mentor americano e incitar atos violentos e antidemocráticos. Por sinal, nem é preciso que perca. Desde muito antes da invasão do Capitólio pelas hostes trumpistas, Bolsonaro semeia dúvidas sobre as urnas eletrônicas e, sem apresentar prova, já denunciou fraudes eleitorais no Brasil até em 2018, quando ele próprio venceu.

O Brasil tem um sistema eleitoral mais confiável, eficaz e seguro que o americano. Todos os testes e auditorias externas comprovam isso. É indigente o argumento de que é preciso ter um rastro físico de cada voto, já que as seções eleitorais imprimem uma lista que fica à disposição dos fiscais partidários. Na prática, o rastro físico já existe. Tanto que a imposição do voto impresso por um projeto de Bolsonaro foi vetada pela presidente Dilma e declarada inconstitucional pelo Supremo.

Bolsonaro retomou o mote das fraudes eleitorais ao reverberar as denúncias infundadas feitas por Trump, todas derrubadas pela Justiça e pela recontagem de votos em vários estados. Claro que não é a lisura das eleições que está em jogo nas tentativas contemporâneas de autogolpe. A intenção é manter as bases radicais mobilizadas à espera de ordens como a que deu Trump para a invasão do Capitólio.

Continua após a publicidade

O projeto de desencadear uma crise institucional vem sendo esboçado há muito tempo, por atos e declarações descabidas do presidente e de seu clã. Trump incentivou um movimento de sedição e, ante a possibilidade de ser afastado antes da posse de Joe Biden, viu-se obrigado a recuar. A resposta política e institucional americana serve de exemplo. Como nossas instituições não têm a mesma resiliência, é preciso que o país se resguarde para evitar o “pior” a que Bolsonaro se referiu.

Houve acertada repulsa às palavras de Bolsonaro entre ministros do Supremo. “Uma importante lição da história é que governantes democráticos desejam ordem”, disse Luís Roberto Barroso, também presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). “Por isso mesmo não devem fazer acenos para desordens futuras, violência e agressão às instituições.” O ministro Edson Fachin foi ainda mais incisivo ao afirmar que “a violência cometida contra o Congresso americano deve colocar em alerta a democracia brasileira”.

É necessário desde já fortalecer a Constituição para evitar o retrocesso da democracia no país. A Carta já nos garantiu 33 anos consecutivos de democracia, recorde na República. Não se imagina que as Forças Armadas como instituição aceitem rasgá-la e retroceder a um passado longínquo. Ao contrário. Todas as armas que a Carta prevê na defesa do estado democrático de direito devem ser acionadas.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Veja e Vote.

A síntese sempre atualizada de tudo que acontece nas Eleições 2024.

OFERTA
VEJA E VOTE

Digital Veja e Vote
Digital Veja e Vote

Acesso ilimitado aos sites, apps, edições digitais e acervos de todas as marcas Abril

1 Mês por 4,00

Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (equivalente a 12,50 por revista)

a partir de 49,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$118,80, equivalente a 9,90/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.