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Na Ponta da Língua

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Para tirar dúvidas inquietantes, aprender dicas preciosas e curiosidades que ajudam a dominar o bom português

Você fala errado e nem percebe: o caso do ‘uma dó’ versus ‘um dó’

Descubra o jeito certo de falar essa expressão, entendendo de uma vez por todas com exemplos

Por Noslen Borges
10 abr 2025, 11h33

Fala, pessoas!

Recentemente, publiquei um vídeo no meu Instagram com o título: “Está errado, mas você acha que está certo”. Nele, comentei sobre três erros comuns que muita gente comete achando estar correta. Dois deles vou deixar para outras colunas, mas hoje vamos falar sobre a palavra “dó”.

Você já ouviu alguém dizer: “Estou com uma dó daquele cachorrinho.”? Pois é… eu também. Mas, embora muita gente use dessa forma, essa construção está errada. O problema não é sentir dó do cachorro, claro, mas sim o uso do artigo feminino “uma”.

A palavra “dó” é um substantivo masculino, e o correto seria dizer: “Estou com um dó daquele cachorrinho.”

Esse erro é bastante comum porque muita gente associa “dó” à palavra “pena”, que é feminina, e acaba transferindo esse gênero erroneamente. Mas atenção: isso não muda a regra!

“E a nota musical, professor? Essa é feminina, né?”

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Sinto informar: também não! Mesmo sendo uma nota musical, “dó” continua sendo um substantivo masculino. A forma correta é dizer: “Toque um dó menor”, e não “uma dó menor”.

Essa questão do gênero das palavras costuma causar confusão, mas tudo está muito bem documentado nos dicionários e no Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa (VOLP). É sempre bom lembrar:

O gênero da PALAVRA não tem nada a ver com o gênero da COISA que ela representa.

Esse é um ponto fundamental para evitar erros de concordância e interpretações equivocadas na língua portuguesa. Muita gente associa automaticamente o gênero gramatical de uma palavra ao gênero do objeto, ser ou conceito que ela representa — e aí mora o engano.

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Por exemplo, veja o caso da palavra “criança”. Trata-se de um substantivo feminino, então dizemos “a criança estava brincando”, mesmo que estejamos nos referindo a um menino brincando. O gênero gramatical da palavra é independente do sexo da pessoa ou da natureza do objeto a que ela se refere.

Outro exemplo interessante é “vítima”. É um substantivo feminino, então sempre diremos “a vítima”, mesmo quando falamos de um homem.

No caso da palavra “dó”, o raciocínio é o mesmo. Ainda que o sentimento de dó não tenha um gênero no mundo real — afinal, estamos falando de uma emoção —, a palavra que usamos para expressá-lo é um substantivo masculino. Portanto, o correto é sempre “o dó” ou “um dó”.

Esse tipo de confusão é comum porque, muitas vezes, associamos palavras ao seu “conteúdo” emocional, visual ou até cultural, e esquecemos que a língua tem suas próprias estruturas formais. A gramática, nesse caso, é soberana.

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Por isso, sempre que tiver dúvida, o melhor caminho é consultar fontes confiáveis, como dicionários e o VOLP. A regra pode até parecer contraintuitiva, mas ela ajuda a manter a coesão e a padronização da nossa comunicação.

Curtiu essa curiosidade linguística? Espero que esteja aproveitando esta coluna, feita com carinho para deixar você com a língua portuguesa na ponta da língua!

Não se esqueça de que toda terça-feira e toda quinta-feira posto um texto novo por aqui; se você está gostando, já compartilha o link da coluna com a família e com todos os seus amigos!

 

Vamos que vamos!

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Professor Noslen Borges

Revisão textual: Profª. Ma. Glaucia Dissenha

Revisão de Conteúdo: Prof. Me. Fernando Pestana

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