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Murillo de Aragão

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Sob a sombra do medo

O cenário em Brasília se assemelha a um filme de suspense

Por Murillo de Aragão Atualizado em 8 ago 2025, 16h42 - Publicado em 8 ago 2025, 06h00

A atmosfera atual em Brasília lembra o clima constante de um thriller cinematográfico, onde o suspense, a tensão permanente e a expectativa de que algo decisivo possa acontecer a qualquer momento mantêm todos os personagens em alerta constante. Alfred Hitchcock não poderia ter concebido um roteiro mais angustiante para seus filmes.

Não se trata, no entanto, de ficção hollywoodiana. É a dura realidade brasileira, que se desdobra em múltiplas frentes simultâneas e deixa os atores políticos sob permanente estado de ansiedade. O Brasil vive dramas diários sucessivos, com surpresas negativas surgindo a cada instante.

No âmbito comercial, o tarifaço americano, já em vigor, provoca efeitos absolutamente devastadores na confiança do mercado nacional. Empresas brasileiras vivem momentos de profunda incerteza, plenamente cientes de que suas exportações podem ser duramente afetadas. Os efeitos sociais decorrentes, com o potencial desemprego nos setores atingidos, são de imensa preocupação nacional, assim como a necessidade de apoio financeiro governamental a esses segmentos — o que pode agravar ainda mais o quadro já delicado das contas públicas brasileiras.

“O Brasil vive dramas diários sucessivos, com surpresas negativas surgindo a cada instante”

O medo se amplifica ainda mais no campo jurídico. As recentes sanções impostas pelos Estados Unidos contra o ministro Alexandre de Moraes, utilizando a Lei Magnitsky, são motivo de grande apreensão generalizada em Brasília. A preocupação maior é que essas medidas punitivas possam se estender a outros membros do Supremo. Paralelamente, o julgamento de Jair Bolsonaro alimenta outras tensões significativas, dado o potencial explosivo de seus possíveis desdobramentos judiciais imprevisíveis.

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Politicamente, o cenário também é completamente dominado pelo medo. Há uma profunda e silenciosa preocupação de que sanções financeiras previstas pela Lei Magnitsky possam efetivamente alcançar parlamentares brasileiros. Alguns deles, pelo menos, têm interesses econômicos sólidos nos Estados Unidos e podem ser gravemente prejudicados financeiramente.

Em paralelo, a pressão crescente e insistente para que o Congresso discuta e coloque em votação o projeto de anistia aos envolvidos nos eventos de 8 de janeiro adiciona drama considerável ao momento. Na quarta-feira 6, o plenário da Câmara estava completamente ocupado por oposicionistas, em regime de obstrução, forçando a votação do projeto.

O cenário atual configura uma tempestade perfeita e devastadora, onde o medo se converte em combustível volátil para uma crise institucional preexistente, que colocou em permanente estado de beligerância aberta os poderes Executivo, Legislativo e Judiciário. E os bombeiros de plantão ora estão sem água suficiente, ora sem mangueiras funcionais.

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Esse é o enredo real e perturbador de Brasília nos dias atuais: um cenário dramático que mantém os observadores e participantes da política brasileira em permanente estado de alerta máximo e tensão, com níveis altíssimos de adrenalina pura em um ambiente cada vez mais imprevisível às portas do crucial ano eleitoral. E a plateia sofrida — que são os cidadãos brasileiros — encontra-se cada vez mais angustiada com os rumos do país.

Publicado em VEJA de 8 de agosto de 2025, edição nº 2956

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