Mundialista
Por Vilma Gryzinski
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Guerra da inteligência artificial acontece agora – e chinês está ganhando
Os feitos de Liang Wenfeng são inacreditáveis – e há realmente quem não acredite que ele passou a perna nos Estados Unidos
Teria a China finalmente alcançado a superioridade tecnológica sobre os Estados Unidos? Teria humilhado Donald Trump, logo na largada de seu governo, ao sugar 1 trilhão de dólares de Wall Street com um modelo de inteligência artificial mais barato, inventivo e desejado pelas massas – exatamente o território onde não conseguia competir com a maior concentração de inteligência natural do planeta?
O sucesso instantâneo do DeepSeek, um modelo de inteligência artificial gratuito chamado de “ChatGPT chinês”, alavancou o nome de um gênio chinês quase desconhecido, Liang Wenfeng, e deixou os especialistas de queixo caído. Tanto que alguns duvidam que tenha feito isso ao custo de 5,6 milhões de dólares, com chips em menor quantidade e qualidade inferior.
“O DeepSeek R1 é um dos avanços mais espantosos e impressionantes que já vi”, disse uma autoridade no assunto, Marc Andreeesen, especialista justamente em investir em tecnologia.
“É um chacoalhão para a América”, resumiu um dos concorrentes americanos, Alexander Wang, do Scale AI. Ele havia publicado na semana passada um anúncio de uma página no Washington Post pedindo a Trump que “ganhe a guerra da inteligência artificial”.
Trump já tinha tudo programado e anunciou um projeto de 500 bilhões de dólares justamente para fazer isso. O lançamento do DeepSeek deixou todos esses planos de pernas para o ar.
“MUNDO EM CONVULSÃO”
“É um terremoto geopolítico de primeira ordem, desbancando o projeto de 500 bilhões de dólares de Trump, para atingir a supremacia na inteligência artificial, antes mesmo que tenha começado”, analisou no Telegraph Ambrose Evans-Prtichard.
“Se formos acreditar que o DeepSeek realmente alcançou os gigantes do Vale do Silício em tempo recorde, com pouco dinheiro e com uma pequena fração do uso de dados e de energia, o mundo está realmente em convulsão.”
“Poder e prestígio imensos passam dos Estados Unidos para a China.”
Ironia: o embargo à venda de chips de primeira linha teria ajudado no desenvolvimento do projeto chinês alternativo.
Há também a versão de que as coisas não aconteceram exatamente assim e o DeepSeek usou recursos secretamente acumulados pela China.
Quando acontece alguma coisa que para nós, leigos, soa incompreensível, a tendência humana é deixar para lá, esperar para ver o que acontece. Mas aquela altíssima concentração dos líderes mais renomados das big techs na posse de Trump mostra que, quem entende, está levando profundamente a sério a competição chinesa. E alguns acham até que a guerra já está perdida ou muito perto disso. Exatamente no começo do Ano da Serpente.
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