Quem tem medo de Hilda Hilst?
Maria Carolina Maia É sem meias palavras que Cristiano Diniz, organizador de Fico Besta quando me Entendem (Globo Livros, 236 páginas, 44,50 reais), seleção de vinte entrevistas dadas por Hilda Hilst ao longo da carreira, defende a escritora da fama de difícil e impenetrável que a envolve há décadas. “Difícil para quem? É claro que, […]
Maria Carolina Maia
É sem meias palavras que Cristiano Diniz, organizador de Fico Besta quando me Entendem (Globo Livros, 236 páginas, 44,50 reais), seleção de vinte entrevistas dadas por Hilda Hilst ao longo da carreira, defende a escritora da fama de difícil e impenetrável que a envolve há décadas. “Difícil para quem? É claro que, se for alguém que só leia Sabrina ou algo parecido, vai achar Hilda difícil, como achará Clarice Lispector e Guimarães Rosa.”
Para Diniz, as entrevistas, agora selecionadas e reunidas em livro, são um bom caminho para desmitificar e perder o medo de Hilda Hilst. “No acervo de Hilda na Unicamp, há muitas cartas de leitores que apontam isso: começaram a consumir a poesia ou a prosa de ficção logo após ler uma entrevista da autora”, conta o organizador, que trabalhou no Cedae (Centro de Documentação Cultural “Alexandre Eulalio”), localizado no Instituto de Estudos da Linguagem da Unicamp (Universidade de Campinas). “Ao se compreender parte de seu pensamento, podemos, sem dúvida, ler Hilda de maneira diferente.”