Uma análise de três das últimas pesquisas de intenção de voto do país mostra que o presidente Jair Bolsonaro pode estar voltando a uma trajetória de recuperação de votos. E que pode se consolidar quando as medidas eleitoreiras se concretizarem nas próximas semanas.
Como a coluna mostrou, o aumento do valor do Auxílio Brasil – e o programa em si – pode estar rendendo frutos a Bolsonaro. Isso, segundo a última pesquisa Genial/Quaest.
Ocorre que não é só isso que as últimas pesquisas mostram. O presidente diminuiu a distância para Lula nos levantamentos BTG/FSB, Datafolha e também no próprio Genial/Quaest.
A pesquisa BTG/FSB divulgada nesta segunda, 11, mostra Lula com 41% dos votos e Bolsonaro com 32% no cenário de primeiro turno, uma distância de 9 pontos. Em maio, essa diferença era de 14 pontos: Lula tinha 46% dos votos contra 32% do atual presidente.
Bolsonaro também cresceu na pesquisa Datafolha.
O último levantamento do instituto, divulgado no final de junho, mostra Bolsonaro com 28% das intenções de voto e Lula com 47%. Um mês antes, em maio, Bolsonaro tinha 27% dos votos contra 48% de Lula. No intervalo de um mês, segundo o Datafolha, a distância caiu de 21 pontos para 19 pontos.
Os cientistas políticos lembram que a oscilação foi dentro da margem de erro, mas isso pode mostrar uma tendência – caso o mesmo movimento seja visto em outros levantamentos semelhantes.
A Genial/Quaest, por exemplo, também mostrou o crescimento do presidente: em maio, Bolsonaro tinha 29% dos votos e Lula tinha 46%, distância de 17 pontos. Em julho, a distância caiu para 14 pontos. Bolsonaro agora tem 31% das intenções de voto, segundo a pesquisa, contra 45% de Lula.
É preciso esperar os outros institutos. Mas é fato que pode estar começando uma nova trajetória de crescimento do presidente, como ocorreu nos primeiros dois meses do ano.
Repito: ainda é preciso esperar por outras pesquisas importantes, como as realizadas pelo Ipespe. Mas a questão será a seguinte: se a curva nesse levantamento, por exemplo, também estará positiva para Bolsonaro.
É preciso lembrar que a trajetória de recuperação pode ficar ainda mais acentuada se os deputados aprovarem a chamada PEC Kamikaze nesta semana. Bolsonaro adotou o “vale-tudo” para ter chances nas próximas eleições, ferindo a legislação.
Com a trajetória que vem se desenhando, a equipe do presidente deve intensificar as medidas eleitoreiras – até onde conseguir – para diminuir as chances de Lula vencer no primeiro turno.