TRE vai analisar retomada de processo contra prefeito de Macapá
Pedido do Ministério Público pode acirrar a disputa entre o clã Sarney e Alcolumbre, ex-presidente do Senado que quer voltar ao cargo
O Tribunal Regional Eleitoral do Amapá vai decidir nesta sexta-feira, 23, sobre a retomada do processo contra o prefeito de Macapá, Dr Furlan, acusado de compra de votos e abuso do poder econômico nas eleições de 2020, há quatro anos.
O Ministério Público Eleitoral quer a retomada do processo alegando que as provas não foram devidamente analisadas pelo TRE do Amapá, que decidira arquivar o processo ainda em 2020.
Uma investigação da Polícia Federal, concluída em 2022, apontou possível envolvimento do prefeito eleito em compra de votos.
Supostos cabos eleitorais de Furlan teriam comprado votos em troca de cestas básicas e exames médicos. E, nas vésperas do segundo turno das eleições, foram apreendidos R$ 30 mil em espécie em um dos comitês do prefeito eleito.
Este é mais um capítulo da guerra política que se iniciou em 2014, quando David Alcolumbre (União Brasil), ex-presidente do Senado, derrotou o senador Gilvan Borges (MDB), candidato do ex-presidente José Sarney, nas eleições daquele ano.
No pleito de 2022, Alcolumbre foi reeleito derrotando Rayssa Furlan (MDB), candidata de Sarney e esposa do atual prefeito de Macapá. Nas eleições municipais de 2020, Furlan (Podemos), então filiado ao Cidadania, derrotou Josiel Alcolumbre, irmão de David. O recurso no TRE contra o arquivamento foi movido por Josiel.
O grupo de Sarney nunca aceitou perder o controle político do Amapá para o grupo de Alcolumbre.
Agora, o Ministério Público Federal decidiu que é preciso analisar as provas e retomar o processo. Se isso ocorrer, o prefeito Dr Furlan disputará a reeleição enfrentando um forte desgaste político.
A assessoria do prefeito Dr Furlan foi procurada pela coluna, mas nunca respondeu aos questionamentos.