Por que Lula demorou tanto para indicar os ministros?
Ao menos quatro nomes devem ser anunciados nesta sexta, 9

A demora do presidente eleito Lula em indicar os ministros de seu governo tem gerado especulações que não favorecem o clima político às vésperas do início do mandato. Nesta quinta, 8, a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, afirmou que Lula dirá o nome de “alguns” ministros na sexta, 9.
Interlocutores do petista afirmaram à coluna que a demora de Lula tem tudo a ver com os partidos que formarão a base aliada do novo governo. Lula estava consultando as legendas para saber quais eram as expectativas para os ministérios.
Se fosse rápido e anunciasse os nomes que tinha planejado, Lula poderia desagradar aliados num momento em que precisa de toda a força para começar sua gestão. Para não colocar nomes que estejam completamente fora dos desejos dos partidos, Lula decidiu esperar.
Nesta sexta, ele deve anunciar os nomes que fazem parte da “cota” do PT, ou seja, que seriam escolhidos dentro do partido de Lula de toda forma.
A expectativa é de que Fernando Haddad seja indicado para o Ministério da Fazenda. O petista inclusive se encontrou esta semana com o ministro Paulo Guedes, o que fortalece os indícios de que ele será mesmo o líder da Fazenda. Como comentou a coluna, Haddad chegou a participar de um evento da Febraban falando em nome de Lula.
Outro nome que deve ser indicado amanhã é o de Flávio Dino no Ministério da Justiça, nome dado como certo nos bastidores e adiantado pela coluna. Lula também deve indicar José Múcio, seu amigo pessoal, para o Ministério da Defesa e Rui Costa para a Casa Civil.
A decisão de anunciar “alguns” nomes deve acalmar petistas e integrantes da esquerda que estão em dúvidas sobre as escolhas de Lula. Os nomes citados aqui são os mais fáceis porque as pastas com certeza iriam para o PT: Fazenda, Casa Civil, Justiça e Defesa.
Depois de indicar alguns nomes, deve se intensificar a negociação entre a equipe de transição e os partidos da base para completar a equipe.
Lula precisa ajustar os movimentos para equilibrar a ansiedade de início de governo com a tranquilidade necessária para montar uma boa equipe para ajuda-lo nos próximos quatro anos.