Ao que tudo indica, o Brasil começará a expurgar do front político – até porque nunca abandonará os bastidores – aquele que mais conspirou contra os fundamentos da República desde a redemocratização: Jair Bolsonaro.
Se confirmada a tendência pela inelegibilidade no Tribunal Superior Eleitoral nesta quinta, 22, o líder da extrema direita vai perder os direitos políticos por oito anos.
Ufa! Finalmente.
Parece muito, mas não é. É pouco. Muito pouco para quem desonrou a Presidência por quatro anos, atacou a Constituição e os outros poderes.
Bolsonaro deveria ter sido cassado ao defender ditadores, o fuzilamento de FHC, o torturador Carlos Alberto Brilhante Ustra, a tortura em si, ou quando cuspiu no busto de Rubens Paiva em frente de seus familiares.
E esses são só alguns exemplos. Tem mais, muito mais. Nem entramos no comportamento abjeto do ex-presidente na pandemia.
O que está sendo julgado hoje é a famigerada reunião com embaixadores na qual, usando todo o aparato do Palácio do Planalto e da TV Brasil, Bolsonaro feriu a lisura do processo eleitoral brasileiro perante o mundo.
É grave? Sim, gravíssimo porque envolve fake news, a presidência da República, abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação.
Tudo isso precisa ser punido, não só para disciplinar quem se achava inimputável mas para deixar como exemplo para o futuro do país.
Mesmo com um eventual pedido de vista, esperado por muitos bolsonaristas, o julgamento terá finalmente começado. E o Brasil iniciado um processo histórico, começando a fazer Justiça para muitos. O que quero dizer é que, mesmo que a Justiça tarde, ela não pode falhar. Especialmente, relacionada a esse senhor.