Pesquisas trazem boa surpresa para Lula e uma bomba para a terceira via
Ódio ao PT chega ao patamar mais baixo desde 2006 e a chance de outro candidato - como Ciro e Tebet - diminui a cada dia à medida que pleito se aproxima
O acirramento político no Brasil não dá lugar a um terceiro candidato – ou à chamada terceira via – e, o mais importante, o ódio do eleitorado ao PT está no nível mais baixo desde 2006.
Essas são as conclusões que podem ser tiradas de artigo publicado pelo cientista político Felipe Nunes, responsável pela pesquisa Genial/Quaest, nesta segunda, 18, no jornal O Globo.
Ou seja, duas ideias – para deixar bem claro: já estamos no segundo turno das eleições – apesar de partidos de centro não admitirem isso – e o antipetismo, que fez Fernando Haddad perder em 2018 para Jair Bolsonaro, está em um patamar baixo, o que ajuda (e muito) Lula.
Esse é um dos motivos, na minha opinião, que faz do petista-mor vencedor, até aqui, em todas as pesquisas eleitorais feitas em âmbito nacional, mas também em várias regiões e estados, incluindo no reduto eleitoral do atual presidente.
Vejam vocês mesmos, leitores:
O ódio ao PT estava presente em 37% do eleitorado em 2002, caiu para 32% em 2006 e 2010, subiu para 34% em 2014, explodiu em 2018 – sendo sentido por 51% do eleitorado – e, hoje, em pleno 2022, está em 30% dos eleitores.
Sobre a “polarização afetiva” – contexto em que cresce a identificação pessoal com o grupo político ao qual se pertence e em que o adversário passa a ser seu inimigo visceral -, pode-se dizer que ele chegou a um nível nunca visto nos últimos 20 anos, com o embate Lula versus Bolsonaro.
Por isso, a chance de um outro candidato – como Ciro Gomes ou Simone Tebet – crescer com o discurso “nem o petista, nem o atual presidente” diminui a cada dia – à medida que nos aproximamos do pleito, daqui a 11 semanas.
Para escrever o artigo, Felipe Nunes apresentou índices que foram calculados com dados do ESEB de 2002 a 2018, mas também com números de 2022 da própria Genial/Quaest.
“Sobre as conclusões, é por aí mesmo. Mas a polarização afetiva (ódio contra o outro) se intensificou no caso dos líderes (Lula e Bolsonaro) e chegou a um nível bem baixo, menor do que em 2006, em relação ao PT”, afirmou Felipe Nunes à coluna há pouco.