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Matheus Leitão

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Blog de notícias exclusivas e opinião nas áreas de política, direitos humanos e meio ambiente. Jornalista desde 2000, Matheus Leitão é vencedor de prêmios como Esso e Vladimir Herzog

Papai Noel: um verdadeiro bom cristão

Teólogo Rodolfo Capler relembra as origens históricas de São Nicolau, personagem que deu vida ao bom velhinho

Por Rodolfo Capler
Atualizado em 25 dez 2022, 21h34 - Publicado em 25 dez 2022, 21h16

Há pelo menos oito décadas a figura do bom velhinho – o Papai Noel – incomoda parte da cristandade. São muitos os cristãos que implicam com o personagem natalino, que, segundo dizem, rouba a cena do real protagonista da data, o menino Jesus.

Longe disso, a figura do Papai Noel remete à tradição cristã. O bom velhinho alude a São Nicolau, cristão que viveu na cidade grega de Lykia, no século IV. Nicolau, como era conhecido, era rico e muito generoso. De personalidade dócil, era atento às crianças e aos mais vulneráveis, os quais sempre ajudava e presenteava.

Em 1807 muitos milagres passaram a ser atribuídos à sua intervenção. Na mesma época, Nicolau foi canonizado pela Igreja Católica e passou a ser chamado de “São Nicolau”. Em 1823, o teólogo Clement C. Moore o descreveu por meio de seu poema “Uma visita de São Nicolau” como um velhinho com excesso de peso, alçado a um trenó puxado por oito renas, que segurava um saco cheio de presentes. A partir da publicação do poema de Moore, a visão do Papai Noel, como um bom velhinho generoso, que desce chaminés, se cristalizou no imaginário popular.

Ao cabo de 1931, a Coca-Cola lançou uma propaganda com a nova versão de São Nicolau oferecendo a bebida a uma garotinha. Na imagem, ele usava casaco mais curto, um gorro vermelho no lugar da mintra, e tinha a barriga saliente, conforme descrita pelo poema de Moore. Com a campanha de marketing da Coca-Cola, nasce a lenda atualizada da imagem do Papai Noel que hoje vemos por todos os lugares em épocas natalinas.

O Papai Noel – personagem que remete à figura do grande São Nicolau -, mesmo tendo sido cooptado pelo grande mercado, faz alusão a Jesus com seu espírito de generosidade e graciosidade. O bom velhinho, enquanto viveu (no século IV), se rendeu ao exemplo de altruísmo do carpinteiro de Nazaré, de modo que a celebração de sua figura é o enaltecimento do amor ao próximo.

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Assim, Papai Noel, presente nas mais variadas campanhas publicitárias do mundo contemporâneo, representa o espírito natalino, marcado pela benevolência e alegria coletivas. No presente tempo, em que muitos se afastam cada vez mais do amor e do respeito à vida humana, o bom velhinho é um lembrete de como os seres humanos devem se portar. Viva o Papai Noel. Feliz Natal!

* Rodolfo Capler é teólogo, autor do livro “O país dos evangélicos” (2022) e pesquisador do Laboratório de Política, Comportamento e Mídia da Fundação São Paulo/PUC-SP

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