O cerco a Jair Bolsonaro está se fechando cada vez mais.
Nesta sexta-feira, 11, com a Polícia Federal às portas de outros militares ligados ao ex-presidente – e até do advogado Frederick Wassef -, a situação se agravou. E muito!
Mesmo que o líder da extrema-direita não seja alvo direto no dia de hoje, tudo se conecta nele. O caso aponta para crimes como peculato e lavagem de dinheiro, com a venda ilegal de presentes entregues ao governo Bolsonaro por delegações estrangeiras.
O fato novo mais importante é o da participação do pai de Mauro Cid, o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, que é general do Exército e conheceu o ex-presidente na Academia Militar das Agulhas Negras – a conhecida AMAN – nos anos 1970.
Mauro César Lorena Cid é acusado de negociar os presentes recebidos pelo líder da extrema-direita, e que eram desviados de sua “finalidade fim” pelo filho.
A história é tão rocambolesca – e, ao que parece, amadora – que o dinheiro das vendas de joias de Bolsonaro eram depositados na própria conta do general.
Isso também recoloca as Forças Armadas no centro do escândalo, já que Mauro Cid pai é um militar da mais alta patente no Exército.
No meio da semana, a situação já podia ser considerada alarmante para o bolsonarismo com a prisão de Silvinei Vasques, o ex-diretor da Polícia Rodoviária Federal.
Na investigação contra o policial, aparecem indícios cada vez mais sólidos de que ele usou a PRF para tentar interferir no resultado das eleições.
Na sequência, outro personagem foi ainda mais para a berlinda: Anderson Torres, ex-ministro da Justiça do governo Bolsonaro.
No celular de Marilia Alencar, ex-diretora de inteligência da pasta, foram encontrados os mapas de votação do Nordeste, como a coluna mostrou, e a informação de que tudo teria sido feito sob o comando de Torres, que na ocasião era chefe também de Silvinei Vasques.
Em resumo: são dois os cercos que estão se fechando nas proximidades de Bolsonaro.
O da participação de vários integrantes do seu governo em atos antidemocráticos – e nas tentativas de influenciar ilegalmente nas eleições – e o da lavagem de dinheiro em torno de joias e presentes de autoridades estrangeiras que deveriam ser do Estado Brasileiro, e não para negociatas de assessores do ex-presidente.