O que Marina Silva deveria responder ao senador que a ofendeu
Ministra do Meio Ambiente é uma das poucas personalidades brasileiras com reconhecimento internacional devido ao impacto positivo de seu trabalho no país
A recente crítica do senador Omar Aziz (PSD-AM) à ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, apontando uma suposta falta de articulação dela com o Congresso Nacional e de fazer política apenas para o exterior, esquecendo do Brasil, revela a incapacidade dele próprio de compreender – ou admitir – os resultados alcançados por ela ao longo de décadas de serviço ao Brasil e ao meio ambiente global.
É crucial que o senador Aziz e o público em geral entendam o impacto significativo do trabalho de Marina Silva, não apenas no Brasil, mas no mundo inteiro, especialmente em momentos de crise climática como o que vivenciamos neste momento.
Quando o senador a acusa de não ter prestígio para liderar a pasta do Meio Ambiente, é importante questionar: prestígio com quem? Marina certamente não busca prestígio com garimpeiros ilegais ou com aqueles que lucram com a destruição da floresta. Tampouco com os assassinos da Irmã Dorothy Stang, de Chico Mendes, ou do meu amigo Bruno Pereira e meu colega Dom Phillips. Está claro, para qualquer um que acompanhe a sua trajetória, que ela busca, sim, a aprovação e o respeito daqueles que valorizam a biodiversidade e a justiça ambiental.
Marina Silva, uma mulher negra e seringueira, dedicou sua vida à preservação ambiental, enfrentando desafios imensos e, frequentemente, ataques injustos. Sua gestão é marcada por conquistas concretas e impactantes, como a redução do desmatamento em 55% em menos de um ano. Esses resultados não são acidentais, mas fruto de um esforço contínuo e uma política transversal que integra diversas áreas do governo para promover a sustentabilidade.
Sob sua liderança, o Brasil evitou lançar na atmosfera 5 bilhões de toneladas de CO2, contribuindo de forma significativa para a luta global contra as mudanças climáticas. Esse feito não é apenas um número; representa a maior contribuição do país desde o Protocolo de Kyoto, de 1997, mostrando que o Brasil pode liderar pelo exemplo, desde que a política não seja a de aproveitar que os olhos da mídia e da sociedade estejam voltados para outro lado para deixar “passar a boiada”, beneficiando justamente quem desmata.
Marina Silva também foi fundamental na criação do Fundo Amazônia e do Fundo Clima, mecanismos que captam recursos internacionais para a preservação ambiental. Durante sua primeira passagem pela pasta, o Brasil foi responsável por 80% das áreas protegidas criadas no mundo entre 2003 e 2008. Esses esforços refletem um compromisso inabalável com a proteção do meio ambiente e o desenvolvimento sustentável.
Hoje, é claro o empenho da ministra para implementar planos de transformação ecológica e agricultura de baixo carbono, enfrentando os desafios das mudanças climáticas com ações concretas e bem estruturadas. Seu trabalho é reconhecido internacionalmente não pelo que faz fora do Brasil, mas pelo impacto positivo de suas ações dentro do país.
É essencial reconhecer o histórico de Marina Silva e o impacto positivo de suas políticas. Ela não apenas fala sobre sustentabilidade; ela a pratica e lidera pelo exemplo. A defesa do meio ambiente é uma batalha contínua, e Marina Silva é uma das principais defensoras dessa causa, merecendo reconhecimento e apoio, não ataques infundados.
Em um momento de crise climática global, a liderança de Marina Silva é mais necessária do que nunca. Suas ações não só protegem o Brasil, mas também contribuem significativamente para os esforços globais de preservação ambiental. É hora de reconhecer e valorizar o trabalho incansável de uma das maiores defensoras do meio ambiente no mundo.