
A ministra da Saúde, Nísia Trindade, sempre esteve no meio do fogo cruzado em sua breve trajetória política. Desde o primeiro dia do governo Lula-3 ela vem sofrendo resistência do centrão e até de alas do próprio PT, partido do presidente.
Ganhou sobrevida em alguns momentos de crise, mas agora será mesmo substituída na pasta, provavelmente por Alexandre Padilha, que hoje ocupa as Relações Institucionais.
A ideia é que a mudança aconteça logo após o Carnaval, mas isso pode mudar. O presidente Lula ainda não bateu o martelo sobre toda a reforma ministerial, nem o melhor dia para divulgá-la.
Dentro do governo e no Congresso, Nísia Trindade é acusada de lentidão na execução dos projetos do Ministério da Saúde, mas não só por isso. Também decepcionou a esplanada por não ter tornado realidade o que eles queriam que fosse sua marca: “a mais técnica dos ministros de Lula-3”.
Durante os primeiros dois anos do governo, Lula lutou contra as pressões do centrão e de Arthur Lira, ex-presidente da Câmara, que queria, a todo custo, o Ministério com orçamento de R$ 240 bilhões.
Agora, contudo, a ministra enfrenta duas alas internas do PT. O grupo de Fernando Haddad quer colocar Padilha, enquanto o grupo de Rui Costa quer nomear Arthur Chioro. Os dois já foram ministros da Saúde.
A vantagem de indicar Padilha, até agora o nome mais provável, é que abre vaga na Secretaria de Relações Institucionais. Uma oportunidade de ouro para Lula colocar alguém do centrão e melhorar a articulação do governo no Congresso, capenga também desde o primeiro dia de governo.