O que explica a crise do ovo e como ela afeta Lula
Ou... a tempestade perfeita que atingiu o governo!

Tudo está dando errado em torno da economia do ovo, e os preços dispararam. Quem é diretamente atingido por isso é o governo, que anda com a popularidade baixa já que esse é um produto símbolo da alimentação.
A alta foi de, em média, 65% nos preços dos ovos brancos e vermelhos entre janeiro e fevereiro para o revendedor. Há vários motivos para isso. O primeiro é a gripe aviária nos Estados Unidos, que provocou morte de galinhas e redução da produção.
Os norte-americanos então aumentaram as compras no Brasil. A exportação cresceu 62%. E quando vende mais para fora tem menos oferta no Brasil.
Outro motivo do problema é que o grupo carnes teve aumento recente e isso sempre atinge o preço do ovo.
Há uma esperança de que o preço caia porque tem uma supersafra de soja que deve baratear a ração. Isso diminui os preços de suínos, aves e ovos. Mas, por enquanto, o ovo tá custando o olho da cara. E para o governo o risco é fonte de desgaste.
Felizmente – para o PT, obviamente – ninguém vai jogar ovos na cara dos governantes porque ficaria muito caro, mas o mau humor deve sim aumentar – péssima notícia para o presidente que vê sua popularidade lá embaixo.
Para Luiz Roberto Cunha, professor de economia na PUC-Rio, trata-se de uma coisa pontual. “Muito calor com fenômenos como La Niña resulta em milho caro, ovo caro. A galinha se alimenta de milho, o custo da galinha está ligado à alimentação dela. Mas quando você olha em relação à tendência nos últimos anos, 2024 ficou bem acima da inflação, mas 2023 não”, afirma.
Mesmo pontual por conta de fatores como gripe aviária e La Niña, não se faz omelete sem quebrar ovos. Para a tristeza de Lula, significa que não haverá omelete por algum tempo.