Numa semana em que a reforma ministerial foi debatida incessantemente, Lula usou todo seu jogo de cintura para atravessa-lá sem maiores solavancos.
E conseguiu!
Primeiro, finalmente resolveu a questão do ministério do Turismo e da ligação da antiga ministra com a milícia carioca; depois, impôs ao centrão que algumas pastas não entrarão na negociação, como a da Saúde e a do Desenvolvimento Social; e, por último, ao deixar as decisões para agosto, ganhou tempo fundamental para fazer os melhores acordos políticos.
Confiante após vitórias seguidas no Congresso, Lula agora quer ampliar verdadeiramente a base do governo com a troca de cadeiras entre partidos na esplanada, dando mais espaço ao centrão. Ao mesmo tempo – e pode parecer totalmente contraditório – quer se tornar menos dependente de Arthur Lira nas votações. Ao menos, nas mais importantes.
O presidente estava tão confiante na última sexta, 14, que deixou seu lado descontraído desanuviar o clima tenso em Brasília, enquanto o centrão o pressionava fortemente nos bastidores por ministérios de peso.
“Estamos em período de entressafra. O Congresso está em férias, e todo dia leio nos jornais a troca de ministros. Eu já troquei todo mundo, só falta eu mesmo me trocar”, disse Lula, no Palácio do Planalto, em cerimônia que retomou o programa Mais Médicos.
A ver se ele vai conseguir vencer tamanho desafio!