
A nova rodada AtlasIntel, com desaprovação recorde de Lula em 53,6% dos brasileiros, renovou o baque no governo, que aguarda o resultado de programas sociais (como o pé de meia) e medidas econômicas como a isenção do Imposto de Renda até R$ 5 mil, mas que entram em vigor somente ano que vem, perto das eleições.
O maior índice dentro da série de levantamentos do instituto, iniciada em janeiro do ano passado, mostra como a situação do PT não é fácil, desafiado para o ano que vem quando tentará vencer eleição em busca de um sexto mandato federal.
É certo também que a direita vê o seu maior líder inelegível, réu e, se tudo seguir como as previsões, condenado e preso até o fim do ano. Ainda que a transferência de votos de Jair Bolsonaro para um outro nome seja relativa, hoje o ex-presidente aparece mais bem avaliado que Lula nas pesquisas.
Como mostrou a coluna Radar, o resultado de março ficou dentro da margem de erro em relação ao de fevereiro (53% de desaprovação e 45,7% de aprovação), mas foi pior para Lula do que o do primeiro mês do ano (51,4% contra 45,9%). Ou seja, está numa crescente.
Na avaliação do governo Lula, 49,6% consideram a gestão ruim ou péssima, 37,4% ótima ou boa e 12,5% regular. Os 0,5% restantes não souberam responder.
Lula, seus ministros acreditam numa série de fatores para mudar o quadro de desaprovação e reconquistar o apoio da classe média a tempo das próximas eleições.
Isenção de Imposto de Renda para quem receber até R$ 5 mil mensal;
O programa educacional Pé-de-Meia, que oferece uma poupança para incentivar alunos do ensino médio a permanecer na escola;
A nova faixa de famílias atendidas pelo Minha Casa, Minha Vida, destinada à classe média, destinado ao financiamentos de unidades habitacionais;
A queda do dólar, que começa a ceder após longa onda de alta;
E a tão esperada supersafra agrícola, que deve aumentar a oferta e derrubar a inflação de alimentos que tem corroído a imagem do governo;
Até aqui, a expectativa gerada pelos programas sociais, anúncios de medidas econômicas, a pequena valorização do real frente ao dólar ou a promessa da supersafra contra a inflação está só no plano mesmo. O governo não está conseguindo reagir.