
O ano de 2025 não poderia ter começado melhor para as empresas aéreas brasileiras. Logo em janeiro, as ações de Gol e Azul subiram após ganharem da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN) o perdão de quase 6 bilhões de reais para suas dívidas com a União, além de um novo parcelamento em 120 parcelas do saldo devedor remanescente. A maior parte da dívida perdoada dizia respeito às tarifas de navegação devidas ao Departamento de Controle do Espaço Aéreo (Decea). Essas tarifas não pagas ao governo brasileiro representavam 30% das dívidas da Gol e quase 50% da Azul.
Com tamanha bondade da PGFN, era de se esperar que as aéreas sossegassem e parassem de reclamar que o governo federal não ofereceu ajuda a um setor prejudicado pela pandemia de Covid-19. Ledo engano.
Na quinta-feira passada, o Secretário de Aviação Civil, Tomé Franca, realizou a toque de caixa a primeira reunião do Comitê Gestor do Fundo Nacional de Aviação Civil (FNAC). Com garantias “para inglês ver” ordem é dar agilidade à liberação de R$ 4 bilhões a Azul, Gol e Latam por meio de empréstimos via Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Com contrapartidas para tentar ajudar ainda mais, o passageiro, foi o único que não foi consultado até agora.
O governo federal, portanto, trabalha para atender à fome das empresas aéreas por mais dinheiro. E ainda tem quem defenda uma fusão entre Gol e Azul, alegando que as empresas manterão suas marcas separadas e, por esse motivo, o consumidor brasileiro não sairá outra vez prejudicado pela falta de concorrência e preços em alta.