O novo horizonte sobre combustíveis envolvendo o Brasil e os EUA
Indústrias brasileira e americana debatem apostas do setor para protagonismo na transição para uma economia de baixo carbono
Representantes das indústrias brasileira e americana debateram nesta semana, em Brasília, as apostas do setor para tornar as cadeias produtivas menos dependentes dos combustíveis fósseis para os dois países liderarem o processo de transição para uma economia de baixo carbono.
Em desenvolvimento no Brasil, o hidrogênio verde e o Combustível Sustentável de Aviação (SAF – sigla em inglês) foram colocados como exemplos de soluções estratégicas durante no evento “Promoção do Crescimento Verde Sustentável – Um Diálogo Conjunto entre Brasil e Estados Unidos”, promovido pela Confederação Nacional da Indústria (CNI).
Os setores de energia e de logística brasileiros estão à frente nos preparativos para aproveitar as oportunidades de negócios envolvendo a oferta de hidrogênio – uma alternativa especialmente relevante para o país, onde 95% do hidrogênio utilizado são produzidos a partir de fontes fósseis (gás natural, por exemplo). As iniciativas pioneiras são a do Porto do Pecém, Ceará, de Suape, em Pernambuco e a do Porto do Açu, no Rio de Janeiro.
Em se tratando do Combustível Sustentável de Aviação, o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) e a Cooperação Técnica Alemã para o desenvolvimento sustentável (na sigla alemã GIZ – Deutsche Gesellschaft für Internationale Zusammenarbeit) fecharam, no ano passado, uma parceria para a produção do insumo no Instituto SENAI de Inovação em Energias Renováveis (ISI-ER) em Natal, Rio Grande do Norte.
No total, serão investidos mais de R$ 4,5 milhões até 2023 para obras de adaptação dos reatores e dos equipamentos já existentes para produzir o SAF, visando à redução de emissões de gases do efeito estufa no setor de aviação.
A principal diferença entre os SAF e os combustíveis convencionais é a matéria-prima. Enquanto o querosene é um derivado do petróleo, assim como a gasolina, os SAF podem ser produzidos a partir de biomassa.
No debate sobre a descarbonização da indústria brasileira, os empresários alertaram que o Brasil precisa estar preparado para se adequar às diretrizes e legislações relacionadas à sustentabilidade, a exemplo do Mecanismo de Ajuste de Carbono na Fronteira (CBAM, na sigla em inglês), acordado pela União Europeia no fim de 2022.
A iniciativa mensura a pegada de carbono dos produtos importados e adiciona um “preço de carbono” a importações de alguns produtos pela UE.