A descoberta de que o plano para assassinar Lula, Geraldo Alckmin e Alexandre de Moraes foi discutido na casa de Braga Netto expõe a gravidade desse novo capítulo do golpismo bolsonarista que atentou contra a democracia brasileira por quatro anos.
Ex-ministro da Defesa, ex-ministro-chefe da Casa Civil e vice na chapa derrotada justamente por Lula e Alckmin, Braga Netto era da cozinha de Jair Bolsonaro e o nome mais forte do governo – mais forte até que o vice Hamilton Mourão, general que foi perdendo espaço durante o mandato.
É realmente assustador que o país se depare com mais esse absurdo bolsonarista: um plano homicida com fuzis, munição não rastreável e até uma bazuca com ogiva explosiva – o lançador de foguetes antitanque – para explodir o que quer aparecesse pela frente para proteger o presidente, o vice e um ministro do Supremo Tribunal Federal.
Após a tentativa de golpe no 8 de Janeiro que destruiu a sede dos Três Poderes e a minuta golpista que queria mudar a composição de corte superiores (absurdamente inconstitucional) para mudar o resultado da eleição, temos os militares de alta patente do Exército planejando cirurgicamente o homicídio de Lula, Alckmin e Moraes.
É assim mesmo que o país pretende lidar com a gravidade desses fatos? Até quando o país vai suportar uma corrente política que atenta contra a democracia das mais diversas formas, sem que seus mentores intelectuais golpistas sejam formalmente punidos perante a nação?
Isso sim traria a pacificação nacional, pedida outro dia por Jair Bolsonaro.
Está mais do que na hora de os responsáveis políticos por esses ataques sequenciais contra a democracia – e que transformaram um país com relações civilizadas entre situação e o oposição em um país de homens-bombas filiados a partidos de direita – atrás das grades.
É atrás das grades que o país precisa ver cada um deles.