Após uma semana em que a sociedade civil reagiu como nunca às escaladas autoritárias de Jair Bolsonaro, Lula cresceu 4 pontos percentuais enquanto o atual presidente permaneceu estável. É o que informa a nova rodada da pesquisa Instituto FSB divulgada nesta segunda-feira, 15.
Agora, o petista aparece com 45% contra 34% do político da extrema direita, uma diferença de 11 pontos percentuais.
A notícia chega em boa hora para os petistas por dois motivos.
O primeiro é que o levantamento, feito semanalmente, havia trazido na segunda-feira passada a menor diferença entre os dois na série histórica, mostrando que Lula vencia por apenas 7 pontos percentuais, iniciando o tom de uma recuperação de Bolsonaro, especialmente entre os eleitores mais pobres.
Entre as pesquisas para o Palácio do Planalto, o instituto FSB marcava assim uma das menores diferenças entre Lula e o atual mandatário, que conta, como revelou a coluna, com a agenda positiva do mês de agosto para uma recuperação que o leve ao segundo turno – o início da “virada”.
O segundo motivo é o fato de que a pesquisa foi realizada após o pagamento da primeira parcela do Auxílio Brasil, benefício que substituiu o Bolsa Família e que ganhou aumento às vésperas das eleições, ferindo a legislação, com o intuito de dirimir a vantagem de Lula no segmento (os mais pobres representam o estrato socioeconômico mais importante do levantamento).
O pagamento do benefício foi realizado na terça da semana passada – dia 9 – enquanto o levantamento foi realizado entre sexta e este domingo, 14. Nos últimos dias, a campanha do petista acendeu o sinal de alerta, com o crescimento de Bolsonaro em dois estados-chaves e o fato de o eleitorado estar mais otimista com a economia.
O temor na semana passada era o de que, enquanto a elite da esquerda, do centro e até da centro-direita defendiam a democracia, Bolsonaro pagava o Auxílio Brasil aos mais pobres. Hoje, contudo, quem apelidou a reação da sociedade de “cartinha” se decepcionou com o amanhecer do dia.