A nova rodada da pesquisa BTG/FSB, divulgada nesta segunda-feira, 8, revela que a tendência que Jair Bolsonaro tanto esperava – com o pacote de bondades às vésperas da corrida eleitoral – pode estar, de fato, se tornando uma realidade.
O presidente não quer nada mais – neste momento – que levar a disputa para o segundo turno.
O levantamento do BTG/FSB – feito através de entrevistas por telefone – mostra, como bem lembrou o Radar, que três semanas após a diminuição no preço dos combustíveis e a aprovação da PEC Emergencial a rejeição do governo caiu de 58% para 53%.
Pesquisas presenciais, consideradas bem mais precisas na avaliação de cientistas políticos, têm mostrado um quadro de vitória de Lula no primeiro turno ou empate técnico com todos os outros candidatos.
Se conseguir 50% mais um voto, ele vencerá eleição sem a necessidade de um outro turno para decidir quem será o próximo presidente da República.
Na BTG/FSB, com essas entrevistas remotas, a intenção de voto cresceu. Bolsonaro subiu de 31% para 34%, enquanto Lula recuou de 44% para 41%.
É uma diferença bem menor que a do Datafolha, a da Genial/Quaest ou a da Ipespe, que também mostram uma recuperação de Bolsonaro, mas bem mais lenta.
Não se deve esperar que os institutos vejam a mesma coisa o tempo todo, já que os métodos de coleta e amostragem são diferentes, e o tamanho das amostras também varia, como explicou a coluna.
Este espaço também mostrou, contudo, que o mês de agosto trará uma série de boas notícias para o atual presidente da extrema direita. Além do pacote que aumentou o Auxílio Brasil (de R$ 400 para R$ 600) e criou o vale para caminhoneiros e taxistas – e de melhorias para a compra do gás –, a inflação divulgada em agosto será negativa.
Isso se soma a essa redução de impostos federais e estaduais sobre combustíveis e energia, que também faz parte de uma tentativa do governo de impactar o resultado nas pesquisas.
É essa tendência o dado mais importante da nova rodada da FSB/Pactual: percepção da melhora na economia melhorou. Questionados sobre os preços dos combustíveis, 63% disseram que eles estão um pouco ou muito menores – em julho, esse percentual era de 54%.
“Bolsonaro está crescendo por conta do pacote de bondades eleitorais e pela conjuntura momentânea na economia”, afirmou um dos cientistas políticos mais importante do país em grupos reservados na manhã de hoje, ao analisar os dados da BTG/FSB. No levantamento, a situação econômica do país é o maior fator influenciador do voto – para 74% dos entrevistados.