Mais cotado para assumir o ministério da Justiça de Lula, o senador eleito Flávio Dino sinalizou, em nova entrevista à Globonews, que o novo governo fará um revogaço dos decretos bolsonaristas pró-armas.
“Hoje, há mais civis com armas do que todas as polícias militares do país. Mas há um outro problema, os arsenais podem estar em mãos erradas. Ninguém tem o direito adquirido a andar armado. O estado autoriza ou não”, declarou o político.
“A visão que será proposta ao presidente da República é de uma adaptação gradual através do encurtamento dos prazos de registros. É preciso criar restrições aos clubes, e fiscalizar a avenida que se abriu que são os CACs [colecionadores]. Vamos sugerir que a atividade não seja encerrada, mas que sejam fechados os clubes de fachada, os de sócios fictícios”, completou.
Para o senador eleito que governou o Maranhão nos últimos oito anos, o uso político das forças de segurança como PMs e as Três Forças – somado ao número de armas e munição agora espalhados pelo país – é o “novo entulho autoritário” do Brasil.
O raciocínio de Dino encontra o de Lula, que tem sinalizado contra o acesso às armas e a favor da distribuição de livros. A ideia do presidente eleito é a de revogar os decretos e portarias da gestão Bolsonaro nas primeiras semanas de janeiro e fevereiro.
Como essas medidas não têm status de lei, a anulação delas depende somente de decisão do Executivo, sem necessidade de aprovação no Congresso. Lula e Dino estão, assim, falando a mesma língua.