O Paraná Pesquisas foi o que chegou mais perto do resultado oficial do primeiro turno das eleições de 2022. O instituto, que agora ganha ainda mais credibilidade, indicou Lula com 47,1% e Bolsonaro, 40%.
Segundo o Tribunal Superior Eleitoral, o petista teve, com 99,99% das urnas apuradas até o momento, 48,43% e o líder da extrema direita brasileira, 43,20%.
Ou seja, o Paraná Pesquisas acertou a porcentagem de Lula dentro da margem de erro, e errou por muito pouco a de Bolsonaro. Contudo, chegou muito mais perto que institutos como Datafolha, Ipec e Quaest.
Com razão, o presidente da República – em sua primeira declaração após o resultado oficial – chamou as pesquisas de mentirosas. “Desmoralizou de vez os institutos”, disse, obviamente tendo a Paraná Pesquisas como uma exceção.
Pois bem, a coluna procurou o diretor do Instituto, Murilo Hidalgo, que explicou qual a sua visão para o segundo turno das eleições.
Disse Murilo Hidalgo:
“Os votos que restaram agora, em sua maioria, são ‘nem, nem’. Não vão nem em um, nem em outro [candidato]. Principalmente os do Ciro Gomes. Dos votos da Simone, a grande parte – cerca de 70% – também será, em um primeiro momento, ‘nem, nem’. Em um segundo momento, sim… vão decidir votar em alguém”.
Para o responsável pela Paraná Pesquisas, essa será a chave do segundo turno das eleições, que ocorre daqui a 27 dias.
Mas ele continua sua explanação sobre como vê o segundo turno do pleito presidencial:
“Outra coisa que ninguém está falando. Sabe o que vai decidir a eleição no Brasil? A abstenção. Nos estados onde não tem 2º turno a abstenção é de 10% a 15%. Então, precisamos fazer conta. Quem mais vai perder e quem mais vai ganhar. O fato de não ter 2º turno em Minas ajuda quem? Porque vai ter mais abstenção em Minas. O fato de não ter 2º turno no Paraná vai prejudicar o Bolsonaro. No Ceará, sem 2º turno, vai prejudicar o Lula. A eleição fica fria. O mundo político viaja, relaxa. Precisamos fazer as contas ainda”, sentenciou.
E ele tem razão.
A última Paraná Pesquisas que aferiu o segundo turno, nos dias 22 e 23 de setembro, pontuava Lula com 48% e Bolsonaro com 40,40%. Mas, em dez dias, como comprovou mais uma vez o cenário eleitoral em 2 de outubro, tudo pode mudar. Política é igual nuvem: uma hora está de um jeito, quando você olha de novo… está de outro.