
O Brasil está virado de ponta cabeça.
Uma extrema direita que é capaz destruir setores da economia brasileira com um tarifaço externo numa chantagem para evitar a prisão de Jair Bolsonaro em meio a um processo abarrotado de provas não está fazendo política.
Isso se chama fundamentalismo. Extremismo.
O mesmo se pode dizer sobre os partidos que paralisaram o Congresso Nacional nas últimas 36 horas em busca de anistia para criminosos que tentaram dar o golpe no dia 8 de janeiro após Bolsonaro não conseguir convencer completamente a cúpula das Forças Armadas de rasgar a constituição.
Isso se chama fundamentalismo. Extremismo.
O enfraquecido presidente da Câmara, Hugo Motta, só conseguiu resolver o motim após a ajuda do antecessor Arthur Lira, que controlava a Casa, durante seu mandato, com mão de ferro. Aparentemente, continua com mais poder do que imaginávamos.
Na crise do IOF ficou demonstrado que Motta precisava de Lira para resolver questões mais complexas. Mas não foi escancarado como agora.
Motta precisa decidir como quer ser lembrado após o fim de seu mandato. Aceitar o extremismo e o fundamentalismo, cedendo a anistia será o fim de qualquer possibilidade de uma biografia política decente.
Os bolsonaristas só aceitaram desocupar a mesa após receberem a promessa de continuar os diálogos sobre o projeto da anistia e a PEC que restringe o foro privilegiado. Quem cedeu está brincando com fogo…