
O ministro Fernando Haddad teve parar seu trabalho nesta quinta-feira, 9, e gravar um vídeo desmentindo os boatos de que colocaria impostos sobre pix, compra de dólar e animal de estimação, entre outras maluquices.
Fez isso porque no Facebook apareceu um vídeo construído por inteligência artificial em que aparece o ministro Haddad ameaçando com vários tipos de impostos. O detalhe é que ele nunca falou. O vídeo é o que se chama deep fake news. Ele apareceu falando declarações que jamais fez. A Advocacia-Geral da União teve que entrar com um pedido para que a meta tire o video do ar ou que pelo menos coloque uma tarja.
Agora será assim. Terra sem lei. Decreto de Mark Zuckerberg. Qualquer um pode ser vítima e de qualquer tipo de crime. Desde manipulação de imagens, à calúnia, difamação e crime de ódio. Será tudo sem mediação no Facebook e no Instagram.
A menos que os países reajam. Alguns já começaram. Nesta sexta, 10, o presidente Lula vai se reunir com integrantes da equipe para saber como agir.
Nada será resolvido se a Câmara não tirar da gaveta a regulamentação das plataformas digitais e das redes sociais, que foi colocada lá pelo presidente da Casa Arthur Lira. Estava para ser votado o projeto de relatoria do deputado Orlando Silva quando Lira resolveu criar uma comissão e rediscutir o assunto. Prometeu o projeto em plenário em 30 dias. Passaram-se meses e nada. Fica tudo sobre os ombros do Judiciário. A decisão radical e irresponsável da Meta de acabar com qualquer mediação exige resposta dos Estados soberanos e isso significa uma legislação séria e eficiente.