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Blog de notícias exclusivas e opinião nas áreas de política, direitos humanos e meio ambiente. Jornalista desde 2000, Matheus Leitão é vencedor de prêmios como Esso e Vladimir Herzog

CPI das Bets: brigas, convocações e suspeita de extorsão marcam 1º mês

Tentativa de convocação de presidente e diretor da CBF deve aumentar os desentendimentos entre os senadores nesta semana

Por Matheus Leitão Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 17 dez 2024, 08h59 - Publicado em 16 dez 2024, 12h23

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Bets, criada no Senado para investigar irregularidades nas apostas online, incluindo o impacto financeiro nas famílias e possíveis vínculos com organizações criminosas, completou um mês em meio a um clima de tensão. O período foi marcado por desentendimentos entre senadores, troca de acusações, denúncias de extorsão envolvendo empresários convocados e conflitos sobre mudanças na tramitação de requerimentos.

Uma das acusações mais graves foi divulgada no dia 13 de dezembro, em reportagem da revista VEJA. Assinada pelo jornalista Ricardo Chapola, a matéria aponta que o lobista Silvio de Assis teria pedido R$ 40 milhões a um empresário para evitar a convocação à CPI. Silvio, que já foi preso pela Polícia Federal em 2018 por corrupção, negou as acusações e alegou estar acompanhando a comissão para produzir um documentário sobre o setor de apostas.

A denúncia gerou repercussão no colegiado. Durante uma sessão no início deste mês, durante depoimento do CEO da Bet Nacional, João Studart, a relatora da CPI, senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS), e o senador Ciro Nogueira (PP-PI), suplente na comissão, protagonizaram um intenso bate-boca. A discussão começou após Soraya sugerir convocar representantes do governo Bolsonaro para explicar a ausência de regulamentação das apostas online. Após acusações de ambos os lados, segundo a VEJA, Ciro denunciou ao presidente do Congresso, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), o suposto esquema de extorsão envolvendo Silvio de Assis.

Soraya disse conhecer o lobista, mas negou envolvimento em qualquer esquema ilícito. A senadora ainda mencionou ter recebido informações sobre outra denúncia, na qual um senador teria pedido R$ 100 milhões a um empresário convocado pela CPI, mas não revelou nomes. A Polícia Federal estaria investigando as denúncias.

Outro ponto de disputa entre os senadores trata de alterações nos requerimentos da comissão. Na última semana, sem apresentar justificativas aos colegas, a relatora transformou requerimentos de convite, que permitem aos convocados optar por não comparecer, em convocações obrigatórias. A prática vai contra a tradição em CPIs, onde é comum converter requerimentos de convocação em convite antes de submetê-los à votação. A convocação é tradicionalmente feita após o depoente se negar a comparecer.

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Os membros da comissão também criticam a escolha da comissão de iniciar os trabalhos com depoimentos, sem solicitação prévia de informações a instituições e empresas relacionadas.

O novo embate entre os senadores deve ocorrer na próxima terça-feira, 17, quando a CPI vai votar novos requerimentos. Entre os nomes que Soraya pretende convocar estão o do presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Ednaldo Rodrigues, e o do diretor de integridade da entidade, Eduardo Gussem. A presença dos dois é questionada pelos senadores, já que o tema de manipulação de resultados esportivos, embora relacionado, é tratado por outra comissão no Senado, a CPI da Manipulação de Jogos e Apostas Esportivas, presidida por Jorge Kajuru (PSB-GO) e com previsão de votação do relatório final em fevereiro do próximo ano.

Os desentendimentos e denúncias colocam em dúvida os rumos da CPI das Bets. Apesar de o prazo final para conclusão estar previsto para maio de 2025, há quem acredite que os trabalhos possam ser encerrados antes do esperado.

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