Bolsonaro, o mensaleiro e a PEC dos precatórios
A política do Brasil real e desavergonhada na frente dos brasileiros
Inicialmente este texto começaria com Biro-Biro, um dos muitos apelidos do capitão Jair Bolsonaro entre brasileiros, mas sempre achei uma injustiça com o ex-jogador, que fez parte do movimento Democracia Corinthiana. Preferi então a palavra capitão, função exercida pelo presidente no Exército, este sim um ser estranho com tradição antidemocrática.
Bolsonaro conseguiu a proeza de ser eleito com a bandeira anticorrupção, mesmo com o histórico de rachadinha na família ou com as declarações escandalosas de que usava o auxílio-moradia para “comer gente”.
Ficou no passado. Quero saber, agora, de que forma o presidente vai encarnar o anticorrupto da nação escolhendo o PL como partido e a companhia de Valdemar Costa Neto, condenado no escândalo do mensalão do PT.
Bem, Bolsonaro é capaz de tudo. É bem possível que ele mantenha, na maior cara de pau, a declaração de que não houve escândalo de corrupção em seu governo.
Ele já venceu ao lado do ministro Onyx Lorenzoni, que admitiu recebimento de recursos por fora em 2014. Agora, o filho Carlos já correu para apagar um tweet em que falava da acusação contra Valdemar Costa Neto no Mensalão. Uma postagem de 2016.
Aliás, nem precisa voltar muito no passado para entender que o presidente é capaz de vitórias em meio a tantos erros e desacertos de sua gestão.
Bolsonaro conseguiu vencer o primeiro turno da votação da PEC dos Precatórios com a ajuda fundamental da bancada do PDT, sigla do centrista (ele não quer Lula, nem Bolsonaro) Ciro Gomes.
Agora a sigla promete orientar contra a PEC. E tem ainda que saber como ficarão os tucanos, e os integrantes do PSB que votaram a favor, mesmo sendo uma proposta movida a emendas do relator que alimentam o Orçamento Secreto.
É a política do Brasil real, desavergonhada, na frente dos brasileiros.