As revelações sobre o racha no ‘núcleo duro’ do bolsonarismo
Depoimento de Frederick Wassef à Polícia Federal, revelado por VEJA, abre flanco na extrema-direita
A reportagem de Daniel Pereira, de VEJA, sobre o novo depoimento de Frederick Wassef à Polícia Federal, mostra mais que novas facetas do escândalo das jóias no seio bolsonarista – revela um racha entre dois dos principais aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro.
No depoimento detalhado com exclusividade, Wassef ameaça processar Fabio Wajngarten, secretário de Comunicação da Presidência na gestão Bolsonaro, caso ele não devolva o dinheiro gasto na recompra de um Rolex de ouro branco, nos Estados Unidos.
Wassef não para por aí.
Descreve, por exemplo, que Fabio Wajngarten fazia chamadas “obsessivas” e “compulsivas” para que ele adquirisse o relógio, mostrando um lado desesperado – e que permanecia desconhecido da sociedade brasileira até a publicação da reportagem.
O fato é importante porque toda a estratégia de defesa foi construída sob a alegação de que o escândalo não existe, que não houve ilegalidade alguma, e que Bolsonaro poderia comercializar tranquilamente os bens recebidos enquanto era o mandatário máximo do país, incluindo o Rolex.
Por que então tanto desespero? Fica a pergunta!
Além de apontar Wajngarten como o mentor do plano de resgate do Rolex, Frederick Wassef ainda diz no depoimento que não aceitou repatriar o relógio de ouro.
Depois, fez nova ameaça: “acrescentou que, se [voltasse dos EUA] com o Rolex, entregaria o relógio à Receita Federal ao desembarcar”.
É ou não é a abertura de um flanco na extrema-direita, leitor?
A ver de que forma isso afetará o resultado da investigação na PF.
PS – Wajngarten já foi intimado a depor na condição de investigado neste caso, mas preferiu ficar em silêncio.