Anatel corre para negar serviço que ainda não existe no Brasil
Serviço direto ao celular da Starlink ainda não foi sequer pedido no país, mas já virou alvo de comunicado oficial

Especialistas em tecnologia estranharam o anúncio da Anatel de que a Starlink não tem autorização para oferecer internet via satélite diretamente em celulares no Brasil. Para eles, a manifestação soou precipitada, já que o serviço, chamado direct-to-device, ainda não está autorizado nem em análise formal no país.
A tecnologia já começou a ser testada em países como Estados Unidos e Nova Zelândia, em parceria com operadoras locais, e despertou rumores nas redes sociais de que também estaria disponível por aqui. Foi essa confusão que motivou a manifestação pública da agência.
Nos bastidores, a leitura é de que a Anatel quis se antecipar a qualquer expectativa de liberação, mesmo sem um processo em andamento. Para alguns, a reação reforça uma cultura recorrente: a de tratar certas inovações e empresas de tecnologia mais como um problema a conter do que como uma oportunidade a regular.
Enquanto isso, segue aberto o ambiente regulatório criado pela própria agência para testes da tecnologia, que em tese poderia beneficiar áreas remotas do país.