A campanha de Jair Bolsonaro tentou criar um fato novo na última semana das eleições para tumultuar o ambiente eleitoral alegando que o presidente teria sido prejudicado nas inserções de rádios em relação a Lula.
Em troca, recebeu um aviso claro do presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes: se não houver provas sérias, será aberto um inquérito para apurar crime eleitoral de Bolsonaro.
Nesta segunda, 24, o Ministro das Comunicações, Fábio Faria, convocou jornalistas para denunciar que o presidente teve um número muito menor de inserções de rádio que Lula nas últimas duas semanas.
Com um papel na mão, Fábio deu uma aula de como uma campanha que está perdendo a disputa precisa ficar gerando fatos novos para fazer barulho e bagunçar o ambiente eleitoral.
A reação rápida e contundente de Alexandre de Moraes, no entanto, mostrou que a equipe do presidente deu um tiro no pé. O presidente do TSE deu 24 horas para que a coligação apresente provas sérias das acusações que fez. Na decisão, Moraes fez questão de dizer que os papéis mostrados por Fábio não servem como prova.
“Os fatos narrados na petição inicial não foram acompanhados de qualquer prova e/ou documento sério, limitando-se o representante a juntar um suposto e apócrifo “relatório de veiculações em Rádio”, que teria sido gerado pela empresa ‘Audiency Brasil Tecnologia’”, escreveu Moraes.
Que pancada!
O jogo da equipe do presidente é um só: inflamar seus apoiadores e dar a Bolsonaro um argumento para deslegitimar o resultado das eleições, caso ele saia mesmo derrotado da disputa.
Mais uma vez, o presidente ataca o sistema eleitoral e adota o discurso de perseguição que é muito coerente para quem quer duvidar da transparência do processo.
Para esta coluna, o desespero mostra que a equipe de Bolsonaro já jogou a toalha, admite que vai perder e agora tenta usar a tática do tumulto, terceiro turno e arruaça.
Acontece que, com Moraes no comando, a estratégia dificilmente ganhará força. E faltam apenas cinco dias para a eleição.