Jair Bolsonaro aprontou, aprontou, aprontou na política, mas agora começará uma nova etapa de sua vida: vitimismo, vitimismo, vitimismo. Com a iminente inelegibilidade, se fazer de perseguido será o seu esporte favorito.
Preparem-se. Aliás, vejam vocês, leitores, como isso já começou.
“Sabe quem é o responsável pelo trágico acidente no submarino, que desceu lá centenas de metros para ver o Titanic, você sabe? Jair Bolsonaro. Já tem manchete por aí, procura”, disse o ex-presidente nesta sexta, 23, à rádio Gaúcha.
Sério, Bolsonaro? O acidente com o submarino?
O líder da extrema direita está reclamando das reportagens sobre a agência de Marcos Pontes, ministro da Ciência e Tecnologia no seu governo, que vendia pacotes para o submarino OceanGate.
Sim, esse mesmo que, tragicamente, implodiu em uma viagem para ver o Titanic.
“Lá atrás Marcos Pontes fez uma comparação sobre [ser] sem gravidade lá em cima, porque ele é astronauta, e uma gravidade máxima a essa profundidade. Que cada 10 metros de profundidade equivale a uma atmosfera. E porque ele fez isso no passado, eu agora estou sendo subliminarmente acusado de ser o responsável por aquela tragédia desse minissubmarino que vitimou parece que cinco pessoas”, disse o ex-presidente.
Ninguém acusou Bolsonaro disso. Disso, não. Não passa de mais uma fake news. Já o fato de que o astronauta vendia, sim, passagens para “turismo de aventura” nesse submarino… é a mais pura verdade.
O resto é (a velha) conversa pra boi dormir. Ou melhor, construção de narrativa. Isso Bolsonaro sabe fazer. E como poucos. Como disse, preparem-se.