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Blog de notícias exclusivas e opinião nas áreas de política, direitos humanos e meio ambiente. Jornalista desde 2000, Matheus Leitão é vencedor de prêmios como Esso e Vladimir Herzog
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A união improvável entre Lula e Moro

Os dois são vítimas de fake news que tentam manipular voto dos evangélicos

Por Matheus Leitão Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 8 fev 2022, 14h17

O cenário criado por bolsonaristas viciados em fake news gerou uma união improvável: Lula e Moro têm sido vítimas de notícias falsas que tentam manipular o voto dos evangélicos. 

Agora, os dois agem para combater as mentiras de quem apela para o que for preciso para conseguir mais votos para Jair Bolsonaro.

De um lado, o ex-presidente Lula tem tido falas modificadas e divulgadas sem nenhuma responsabilidade. Um áudio encaminhado com frequência em serviços de mensagens mostra o petista dizendo: “eu estou falando com o demônio e o demônio está tomando conta de mim”. É mentira. Lula não disse isso. 

A frase foi manipulada para ser enviada aos evangélicos como uma forma de convencê-los de que Lula não deve ser uma opção de voto em outubro. Na verdade, a fala do ex-presidente era exatamente o oposto. Ele alertava sobre as fake news espalhadas por bolsonaristas.

“E nas redes sociais do bolsonarismo eles estão dizendo que eu tenho relação com o demônio, que eu estou falando com o demônio e o demônio estava tomando conta de mim”, diz Lula, no áudio verdadeiro.

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Para tentar conter o avanço das mentiras, o PT lançou um podcast para falar com a igreja.

O empenho dos bolsonaristas em queimar o ex-presidente aumentou depois que pesquisa do Datafolha mostrou, em dezembro, que 43% dos evangélicos acredita que Lula foi o melhor presidente que o Brasil já teve. O número é mais do que o dobro dos 19% que escolheram Jair Bolsonaro.

Do outro lado, Sérgio Moro também sofre perseguição desde que deixou o cargo de Ministro da Justiça e foi taxado como traidor por bolsonaristas. O ex-juiz tem sido vítima de fake news nas redes sociais e também já foi atacado por líderes evangélicos, como Silas Malafaia, que chamou Moro de “judas” em transmissão ao vivo no mês de janeiro.

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Para tentar conter os ataques, Moro divulgou carta aberta nesta segunda, 07, se posicionando contra o aborto, condenando a sexualização precoce de crianças e fazendo um aceno às igrejas.

“Prestigiaremos o papel constitucional das igrejas, desestimulando exigências restritivas desproporcionais e garantindo benefícios, como a imunidade tributária”, escreveu o pré-candidato à presidência pelo Podemos.

Tanto Lula quanto Moro precisam do socorro das plataformas para banir as mentiras e da vigilância da Justiça Eleitoral em um ano decisivo para o país. O descontrole de grupos fanáticos por Bolsonaro precisa ser contido. E a melhor forma de fazer isso é tirar Bolsonaro do poder.

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