Enquanto 93 países suspenderam a Rússia do Conselho de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas, o Brasil de Jair Bolsonaro resolveu se juntar às abstenções — num lavar de mãos obsceno após as atrocidades cometidas contra a Ucrânia.
O pior de tudo foi a justificativa.
Como mostrou VEJA, o embaixador brasileiro da ONU, Ronaldo Costa Filho, afirmou que a abstenção é justificada pelo fato de que o Conselho de Direitos Humanos ainda precisa concluir o inquérito aberto para apurar crimes cometidos contra os civis ucranianos.
Ora, já se sabe o que aconteceu por lá: violação de direitos humanos e crimes de guerra. A conclusão do inquérito é uma mera formalidade, tanto que, na América Latina, apenas o México também se absteve.
Antes da Rússia, somente a Líbia tinha sido expulsa, isso após as repressões violentas naquelas manifestações contra o regime de Muammar al-Gaddafi.
Mas o Brasil de Bolsonaro se junta — após se abster de punir a Rússia — a países como os Emirados Árabes, Iêmen e Paquistão.
É a nova vergonha internacional do atual governo, que, agora, se afasta ainda mais das potências ocidentais.