A nova esquerda soube admitir a derrota, e a “nova” direita?
Enquanto Boulos e Manuela reconhecem derrota e desejam sorte aos adversários, Bolsonaro coloca em xeque eleições no Brasil e nos EUA
A nova esquerda, bem representada nessas eleições por Guilherme Boulos (PSOL), em São Paulo, e Manuela D’Ávila (PCdoB), em Porto Alegre, soube imediatamente reconhecer a derrota de forma bonita e democrática.
Boulos afirmou: “quero aqui cumprimentar o Bruno Covas e desejar que ele tenha sorte nos próximos quatro anos. Que acima de tudo governe a cidade sabendo que uma imensa parcela da sociedade quer mudança”.
Manuela disse: “agradeço a todo o apoio que recebi nessa caminhada, a quem votou em mim e a cada olhar de ternura que recebi. Enfrentamos muita baixaria e notícias falsas. Mas a democracia é soberana. Desejo sorte ao Sebastião Melo. […] A sorte e o trabalho dele serão a sorte da nossa cidade”.
Enquanto essa esquerda fazia gestos de grandeza, o presidente Jair Bolsonaro voltou a questionar a segurança do voto eletrônico, o mesmo sistema que deu a ele vitória consagradora em 2018.
“Eu espero do sistema eleitoral brasileiro que em 2022 tenhamos um sistema seguro, que possa dar garantias ao eleitor que, em quem ele votou, o voto foi efetivamente para aquela pessoa. […] Nós devemos buscar uma maneira de tirar da cabeça do povo a dúvida de possíveis fraudes nas eleições”, apontou Bolsonaro.
No início deste ano, o presidente ja havia dito que provaria fraude na eleição de 2018, mas não apresentou nenhuma evidência do que insinuou: a de que teria sido eleito no primeiro turno. Ou seja, claramente espalhou fakenews.
Bolsonaro também afirmou, neste sábado, 28, que tem informações de que houve fraude na eleição presidencial dos Estados Unidos, na qual Donald Trump, seu guru no que diz respeito ao negacionismo e a outras coisas também, perdeu para o democrata Joe Biden. O brasileiro não apresentou provas, obviamente.